Desde que iniciei o blog senti a necessidade de escrever cada detalhe, cada novidade que passei a enxergar na cultura indiana. Mas depois de um tempo você vê que sai do anonimato e passa a ser um formador de opinião, as pessoas te amam ou te odeiam, concordam com sua linha de pensamento ou discordam até da sua vírgula, te seguem ou te repudiam. Com o passar do tempo percebi que a rede social é como o vento, a gente solta as palavras e elas nunca mais voltam, saem sem direção e podem ser a brisa na vida de uma pessoa como podem ser um furacão também.
A gente amadurece, pouco a pouco, com o tempo senti a responsabilidade que é escrever para um número indeterminado de pessoas. Com o tempo descobri o quanto eu ainda tenho a aprender e o tanto que mudei até aqui. Os considerados grandes detalhes sobre adaptação, roupas e comida no início, se tornaram tão pequenos diante da magnitude da vida.
Nunca tive problemas de perseguição no blog (que eu saiba) apesar de às vezes aparecer algum surtado por aqui. Seria muito fácil eu ter uma postura sensacionalista e me fazer de coitadinha, tenho certeza que o número de leitores triplicaria. Mas não sou assim, assim como eu não penso sempre do mesmo jeito, a mesma coisa durante anos. Eu gosto de progredir, não consigo ficar parada falando sempre sobre as mesmas coisas. Não dá para falar apenas de Índia e relacionamentos se tenho um Brasil para desbravar. Não dá para viver somente atrás do computador (admiro aqueles que tem essa proeza). A vida é assim, não dá para viver apenas de sol ou apenas de chuva. Por isso a falta de inspiração e a necessidade de ficar quietinha com uma xícara de chá nas mãos. Aprendi com os indianos, tudo é energia por isso nem tudo deve ser exposto, do contrário, a energia muda. Tem um provérbio árabe ou indiano que diz "para tudo aquilo que você olha tem outra pessoa olhando também". Seria uma faceta da Lei da Atração?
Percebi o quanto mudei desde que comecei o blog, o quanto eu estava presa a pequenas coisas e não dava espaço para novos momentos, novos aprendizados, novas descobertas, novos assuntos.
Vejo o quanto as pessoas brigam por besteiras na internet, porque uma pessoa gosta da cultura indiana e a outra não, uma pessoa vê o lado ruim dos indianos e a outra não onde todo mundo quer mostrar que está certo. Quanto tempo desperdiçado, falta de atitude e de amor ao próximo. Se cada uma dessas pessoas que falam mal fizessem um ato de caridade...
Nós vivemos num mundo cheio de preconceitos, e para sermos reconhecidos precisamos nos mostrar preconceituosos também. Mas me nego a ser assim e aprendi que a vida não é feita de momentos. Ela é feita de sentimentos.
"Porque a boca fala do que está cheio o coração" (Mateus 12:34).
Abraços!!