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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O homem que te ama não muda sua religião

Olá pessoal!

Devido os últimos acontecimentos de mulheres que estão deixando o Brasil para viver um "romance" vim deixar um alerta a vocês mulheres que namoram rapazes pela internet (dessa vez não estou falando dos indianos  hindus e sikhs porque eles não compartilham do princípio de converter a religião de uma pessoa).

A maioria das brasileiras (portuguesas acompanham o blog, então o recado serve para vocês também) se relacionam com rapazes de outra cultura, totalmente diferente da brasileira com promessas de casamento. E na maioria das vezes essa promessa de casamento vem acompanhada de uma condição: que a moça mude sua religião porque a família dele pediu ou porque "ele seria o homem mais feliz do mundo". 

 Já ouvi muitas mulheres dizerem "ah mas nunca fui uma pessoa muito religiosa, para mim não teria problema". Amiga, esse pensamento é seu maior erro e vou explicar porquê:

 Durante o relacionamento a pessoa se empolga, fica obcecada por tudo o que é referente àquele novo país, nova cultura, etc. Acredite, eu já vivi essa fase.
Tudo é interessante, os problemas culturais parecem leves. Você ignora tudo e até a religião dele se torna interessante e de fácil compreensão.

Mas não se esqueça de que nos países de cultura oriental a religião muitas vezes tem os costumes acoplados, ou seja, acham que religião é costume e costume é religião. Por isso aquilo que você aprende no Brasil e na internet não é o suficiente para te fazer enfrentar o dia a dia com uma comunidade de outra cultura.

Vou te dar um exemplo: cristão brasileiro é diferente de um cristão mexicano, que é diferente de um árabe cristão etc. 

Mudar de religião no Brasil é fácil, mas fora dele não é fácil assim.  Imagine que você mude sua religião,  suas roupas e depois aparece em redes sociais com bebida alcoólica nas mãos (sim existem vários perfis assim nas redes sociais e não entendo o que se passa na cabeça dessas mulheres). No Brasil é fácil agir assim, mas e se você decide fazer isso em outro país? Você acha que é possível? Em alguns casos, voltar atrás na decisão é considerado traição com severa punição.

Alguns homens estão recebendo dinheiro para convencer você a mudar de religião enquanto você acha que isso é amor.

Uma mulher não precisa mudar de religião para casar ou para provar seu amor a alguém. Vejo mulheres que mudam de religião para "conseguirem mais direitos" ou para terem mais valor. Que bela desculpa! Direitos mesmo você terá aqui no Brasil, porque em outros países a brasileira será sempre estrangeira para assuntos legais, porque é a parte mais frágil sem conhecimento das leis, costumes e trâmites burocráticos.  Então não se iluda.


Outro assunto que quero falar é sobre dote. Algumas brasileiras se iludem com algumas culturas onde os homens dão dote. Aí o homem dá uma pulseirinha de ouro (isso não é dote) e a mulher acha que está no lucro. Aí você não trabalha no país dele e se alguma coisa acontecer com esse homem o que você vai fazer com uma pulseirinha de ouro? Outras romantizam tanto que aceitam que o homem ensine a religião dele como dote, mais uma vez te pergunto, se algo vier a acontecer com esse homem ou ele te deixar, o que você vai fazer?


Em algumas culturas o dote fica com a sogra e a esposa só terá acesso em caso de divórcio por iniciativa do marido. Ou seja, se ela quer se divorciar perde o dote. As cortes desses países estão cheias de processos de esposas que querem reaver o dote porque a família do marido não devolveu quando houve o divórcio (só procurar no Google e Youtube).

Existe também o fato de que alguns países só permitem que a mulher pegue um avião se tiver autorização expressa do marido. É aquilo que chamo de "Gaiola de Ouro". De quê adianta tanta coisa se no final de tudo você não pode mostrar seus brincos, colares e pulseiras  além de ter que pedir autorização do marido para sair do país. É loucura ou não é?

Mudar de religião no Brasil é fácil. Em outros países exige conhecimento da cultura, que muda de um país para outro.

As decisões que você tomar devem ser sem influências do namorado virtual, noivo ou família dele.

O homem que te ama de verdade não pede nem força a você mudar de religião, não faz chantagem emocional nem coloca condições. Não caia nessa ladainha em nome de casamento. Seja inteligente. 

Abraços


domingo, 21 de agosto de 2016

Relacionamentos: Qual o melhor conselho?

Já faz um tempo que deixei de focar em relacionamentos. Não porque não tenho interesse, mas porque o assunto já está escasso. Já dei todas as dicas possíveis sobre relacionamentos entre brasileiras e indianos. Durante 4 anos me dediquei aos e-mails e comentários de mulheres que procuravam por alguém que pudesse entendê-las e aconselhar com imparcialidade.

Tento fazer a minha parte mas não pensem que não respondo por falta de tempo, a verdade é que tem hora que me sinto incapaz de ajudar casos tão sérios.

 Através do blog ganhei queridas amigas ao qual sou imensamente grata e tenho muita vontade de encontrar pessoalmente.

Não tenho coração de gelo, abri o blog justamente com a intenção de trocar ideias, mostrar a convivência com outra cultura e ajudar aqueles que talvez estivessem passando pelo mesmo que eu mas não tinham com quem conversar.

A esse respeito, continuo respondendo e-mails, não me fechei para o mundo, mas eu não sou a "resposta". Vejo pessoas que realmente estão sofrendo, se destruindo por causa de um relacionamento virtual que chega a se prolongar por meses ou anos. Já recebi casos de pessoas em depressão, que não conseguem trabalhar, cuidar dos filhos e estão com o casamento em risco.

Portanto, darei um conselho que talvez nunca tenha dado a alguém: não hesite em buscar ajuda profissional, ou seja, busque um psicólogo. Não estou brincando não, um psicólogo é a melhor maneira para a pessoa dar a volta por cima. Existem várias universidades que oferecem acompanhamento gratuito. Um psicólogo enxerga coisas que eu não consigo através de um e-mail, conhece tecnicamente coisas que eu não conheço. Nada como uma conversa "olho no olho". 

Eu tento dar conselhos, escrever o que penso, mas algumas vezes isso não é o suficiente. Às vezes resposta não está somente em responder se ele está sendo sincero ou não, se vai dar casamento ou não, se a família dele vai aceitar ou não. Às vezes, a própria pessoa precisa refletir, encontrar as próprias respostas, aprender a lidar com as situações, e isso não consigo fazer por ela.


Então é isso meus amores, esse é o melhor conselho que posso dar.

Abraços

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Por que o namoro não é aceito na Índia?

A Índia é um país onde o namoro não é bem visto. A sociedade não aceita que jovens solteiros se encontrem para um jantar romântico ou passeio no parque.  

Para compreendermos melhor, leiamos a Seção 294 do Código Penal da Índia que dispõe sobre  ultraje à modéstia:

SECÇÃO 294

Seção 294 do ato diz - aos que irritam/aborrecem os outros

 a) Comete qualquer ato obsceno em qualquer lugar público, ou

b) Canta, recita ou expressa qualquer canção obscena, frase, dentro ou perto de qualquer lugar público,

Será punido com pena de prisão de qualquer descrição acima, por um período de até três meses, ou com multa, ou ambos.

Será configurado o crime desta seção:

Se o acusado
1. Cometeu algum ato,
2. Cantou, recitou ou proferiu qualquer frase;
3. Que tal ato, música etc. foi obsceno
4. O ato ocorreu em local público
5. O ato causou aborrecimento para os outros.

Esta seção não específica gênero, e o agressor, bem como a vítima pode ser tanto masculino ou feminino. A condição essencial é que o ato seja obsceno ou canção cause "irritação". O "aborrecimento" é uma faculdade mental de uma pessoa, portanto, tem que ser analisada a partir dos fatos e as circunstâncias do caso. Em outras palavras, os fatos e as circunstâncias precisam ser considerados, a fim de concluir se o ato causou qualquer aborrecimento ou não.

Agora, no que diz respeito ao conceito e significado da palavra "obsceno", ele continua variando de um lugar para outro. Essa palavra difere de acordo com as circunstâncias- cultural, social e econômica. No contexto indiano, beijar em lugar público por um casal é considerado obsceno, e as pessoas que o fizerem, poderão ser acusadas de praticar ato indecente em local público. 

Conclui-se que para os indianos, beijo e abraços em público são uma ofensa à moral e aos bons costumes e qualquer pessoa que se sentir "irritada" ou "aborrecida" se acha no direito de intervir. Por isso qualquer um pode repreender, bater ou chamar a polícia quando se depara com um casal de namorados e o simples fato de estarem juntos sem serem casados é um insulto à  modéstia. 

 ........

A partir desses vídeos, que são uma dose de realidade, podemos entender como é difícil para um rapaz ou uma garota se posicionarem contra a decisão da família quando o assunto envolve amor e encontros às escondidas. São pouquíssimos os casos de casamento por amor. A família vai atrás e não perdoa. Para muitos indianos isso mancha a reputação da família e dificilmente a sociedade deixa um casal em paz. Essas punições pela sociedade variam de bofetões na cara, humilhações e até morte (poupei vocês dessas cenas trágicas).

Muitas vezes ouvi a frase de brasileiras "ele não lutou o suficiente pelo nosso amor" ou "ele foi fraco e deixou que a família mandasse nele" ou ainda "se ele sabia que era impossível não deveria nem tentar". Mas as pessoas ainda tentam, ainda acreditam que um dia dará certo e que o amor falará mais alto. Mas a realidade é outra. Consideramos que Código Penal Indiano é de 1860 e de lá para cá o entendimento não mudou.


Família tenta separar um casal apaixonado colocando a moça dentro do carro e o namorado tenta impedir.



A família da moça pegou o casal num encontro sem permissão (esse vídeo contém cenas de violência)


Abraços

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Tenha atitude, não dê piti!

Passei rapidinho aqui para dar um recado para as mulheres. Já recebi e-mails de indianos que se relacionam com brasileiras e a principal queixa é a respeito do gênio delas e hoje recebi mais um e-mail de um indiano pedindo conselho.  Por isso coloquei a opção para traduzir o blog ao lado direito pois a procura por essa ferramenta está sendo muito pedida. Me desculpem, eu não imaginava que o blog seria de interesse também dos indianos que se relacionam com brasileiras. 
 
Até agora eles deixaram bem claro que não se importam com diferença de idade pela mulher ser mais velha ou pelo fato de serem divorciadas ou com filhos. A principal queixa é sobre o "piti" da mulherada. Eles chegam até mim e dizem que  não sabem o que fazer porque não querem desrespeitar a mulher ou colocar tudo a perder e pedem minha opinião. Pelo que percebi, a personalidade da mulher brasileira os deixa confusos!
Na minha opinião, para resolver um problema devemos ir direto ao foco, por isso vim deixar o recado aqui pois não adianta falar só com um lado, ou seja, não adianta só responder o e-mail e não dar a dica para o público feminino também (acredito que seja a maioria aqui).

Eu entendo que um relacionamento a longa distância estressa a gente, deixa qualquer um maluco, nos enche de preocupações, ciúmes, principalmente com uma cultura que segue o casamento arranjado (acho que esse é o maior medo, do rapaz encontrar outra). Mas não dá pra descontar todas essas preocupações no rapaz. 

Não faça do relacionamento de vocês um interrogatório, cheio de desconfianças. Tem gente que esquece de ter uma vida social, deixa de sair com a família, amigos...e se dedica 100% nesse relacionamento, é claro que vai virar uma obsessão com direito a 24 horas de mensagens e pitis. 

Acho importante e válido uma mulher que sabe se impor, mas essa atitude não pode te transformar numa megera.
Tem gente que acha que o rapaz deve estar conectado a internet 24 horas e dar atenção a ela 24 hora mais jornada extra e torna o relacionamento amoroso numa relação de credor e devedor, chata e cheia de reclamações.

Dou uma dica para você mulher que se relaciona virtualmente, dê um tempo para você, vá fazer as unhas, ler um livro, assistir um filme, estudar, tratar das madeixas, saia às compras, cuide do corpo e da mente. Seja uma pessoa maravilhosa, de bem com a vida bonita por fora e por dentro. Dê uma relaxada, pense em alguma forma de surpreender seu amor, pense em alguma poesia, música, envie para ele (sim eles são romanticos). Aprenda a dar o braço a torcer, aprenda a pedir desculpas mesmo quando você sabe que está certa, não é pra fazer isso sempre, mas às vezes vale a pena. 

Faça o relacionamento de voces mais prazeroso. Tem até uma dica aqui para vocês assistirem filmes juntos mesmo à distância nesse blog http://amorsemfronteirasindia.blogspot.com.br/2015/05/ferramentas-para-nao-deixar-o-romance.html

Use a criatividade e não esqueça de se tornar numa pessoa atraente, companheira. Lembre-se, alguém para fazer o papel de mãe ele já tem lá na Índia. 

Beijos!! 


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Comentário no blog

Eu li um comentário no post "Amor Indiano" que não merece ficar escondido e nos ajuda a entender muitas coisas, afinal, nada melhor do que relatos de quem já teve ou tem um amor indiano virtual. Cada pessoa tem uma experiência e assim como divido a minha, gosto quando alguém opina e divide a experiência dela. 
(Me desculpem se eu ainda não respondi algum comentário, como são muitos e muitas histórias, acabei não dando conta, mas responderei um a um com carinho). Beijos 
Foto do google


  1. Abstrakter Sei que meu comentário vai ser um grande balde de água fria pra muita gente mas é que eu não consigo mais ler essas histórias sem deixar de ponderar algumas questões. Meninas, tomem MUITO, mas MUITO CUIDADO com esses caras. Eu tenho lido milhares de comentários em blogs de mulheres que estão se apaixonando perdidamente por eles num estalar de dedos, muitas inclusive até sem tê-los visto, acreditando pura e simplesmente nas palavras deles. E mesmo assim, ver o cara e a família dele não garante nada. A única coisa que eu vos peço encarecidamente é: prestem muita atenção se o que vocês estão sentindo não é só um momento de carência, solidão, coisa que qualquer ser humano tá passível de ter. Saibamos separar as coisas. Isso não tem nada a ver com amor!! Antes de amarmos qualquer pessoa temos que fazer um trabalho de auto-análise pra vermos se estamos em dia com nós mesmas. É um trabalho penoso, dói construir e manter o amor próprio, mas só assim é que vamos estar mais seguras pra gostar de alguém. Vocês já sabem como são os homens, quando não tão pensando merda estão fazendo merda, não interessa o lugar onde nasceram. A diferença de um pro outro tá basicamente na capacidade de manipulação, coisa que a maioria dos indianos, paquistaneses etc. faz com maestria. Sei que muitas vão achar ruim por eu falar isso e vão persistir acreditando na exceção, que nada mais é do que crer no mito do príncipe encantado. Gente, é duro, mas infelizmente exceções nunca fizeram a regra. Eu mesma já tive uma paixão platônica por um paquistanês há uns oitos anos atrás (eu tinha uns 19 anos) e sofri que nem uma condenada. A princípio tentei resistir em não gostar dele, não acreditava em amores de internet, mas o sentimento acabou em debandada. Ele não me pedia dinheiro nem sexo, mas é que era divertido brincar comigo enquanto a “prometida” não vinha, se é que ela já não existia. Quando não querem sexo ou dinheiro tu vai cair na categoria do “brinquedinho”, porque pra homem é divertido brincar com mulheres.
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  2. 13 de maio de 2015 10:04
  3. [continuando...]

    Eles sabem ser encantadores. Sabem falar exatamente tudo aquilo que você gostaria de ouvir e não ouviria de um brasileiro. O feitiço deles é justamente esse. E o perfil das “vítimas” costuma ser bem variado, indo de mulheres novas e inocentes às calejadas, das que não estão felizes no relacionamento ou não estão bem emocionalmente, das que se sentem sozinhas etc. Você acaba se rendendo aos encantos do sujeito sem perceber.
    Uns dois meses atrás conheci um indiano por um chat, uma gracinha, tanto de atitude quanto de aparência, daqueles que adora dar uma de perfeitinho, ser o “impressionável”, super amável. Estávamos conversando com certa frequência pelo skype e quase que diariamente no whatsapp, nem que fosse só um “bom dia”. Agora nosso contato ta mais reduzido, tenho preferido não dar muita confiança, não responder a alguns “bonsdias” dele, portanto o leve encanto que eu senti por ele já ta se dissipando rsrs. A única coisa que temos é amizade e isso foi deixado bem claro um pro outro. Vez ou outra ainda escapa uns flertes, mas é coisa pra ser levada na brincadeira, nada além disso. Se ele é bem intencionado, eu não sei, não meto a minha mão no fogo nem morta. Meu encantamento pelas pessoas e pelas coisas em geral pode até existir, mas sempre disputará espaço com a minha desconfiança, que não é nada baixa. Sempre. É um bocado difícil me convencer. Eu preciso de consistência em tudo o que eu me envolvo, me sinto muito desconfortável quando me pego “sonhando demais”, ainda que a sensação seja boa. Posso até ter perdido algumas boas oportunidades na vida por ser assim, mas ta no sangue, não tem jeito. Não me sinto bem de outra forma. Pra quem acredita em astrologia, o virgem ascendente em escorpião grita alto em mim rsrs, mas isso não vem ao caso.
    Portanto, meninas, prestem muita atenção no buraco sem fundo que vocês podem se meter. O mundo tem seu lado belo, mas também tem seu lado obscuro e lidar com ele nunca foi fácil. É bom tomar conhecimento de casos que deram certo, mas não deixemos de ouvir todos os alertas de quem já viveu experiências profundamente traumáticas com isso e esse é o caso da maioria, infelizmente. Sejamos realistas. Ainda que existam chances de um relacionamento desses dar certo, lembremos que elas são ínfimas. Os caras não têm hábito de namorar antes de casar, a maioria esmagadora vai acabar se casando com alguém de dentro da cultura deles e nós já sabemos qual é a visão deles a respeito da mulher ocidental. Logo, quais são as chances de estarem brincando com a nossa cara? Gigantescas. Conversem e tudo mais, mas com distanciamento emocional sempre que possível. Não confiem cegamente, por favor. Também devemos lembrar que se já é difícil a gente aguentar e lutar contra o machismo dos homens da nossa cultura, imagine a dificuldade de ter que se adaptar do zero ao machismo de uma cultura totalmente diferente da nossa. Quando digo “adaptar” não é no sentido de aceitar, mas de se ver na impotência de lutar contra isso, porque se aqui você já desenvolveu suas artimanhas pra escapar dos machismos diários, lá você terá que desenvolver outras. É muito bonita a ideia de que “o amor não vê fronteiras”, mas na prática a história é outra. A grande maioria está apenas se divertindo conosco, sim. A grande maioria vai querer apenas o teu corpo sim, mesmo que isso demore pra ser demonstrado. A manipulação psicológica existe pra isso, pra dominar sem que nos demos conta disso. Sim, isso é duro, mas temos que acreditar mais em nós mesmas antes de acreditarmos nas pessoas. 
    ResponderExcluir
  4. [última parte]

    Não acreditem meramente em palavras e em atitudes que não provam nada; aquelas atitudes que a princípio parecem concretas, mas acabam dando vazão pro cara ser irresponsável. Enxerguem além das aparências sempre e sempre. Desconfie de pedidos invasivos. Desconfie se o cara for reservado demais e não falar muito sobre a vida e querer saber demais da sua. Não precisa demonstrar que está desconfiada, seja estratégica. Vai dando corda dum jeito que ele sinta confiança e te conte as coisas, sempre mencionando que ele já sabe o bastante de você e que “agora é a vez dele”. Pressão de vez em quando também não faz mal a ninguém. Por vezes temos medo de “pressionar demais” o cara e ele acabar fugindo, mas eu penso que se fugiu é porque tem algo a esconder e aí o tal “amor” não era o bastante... Eles se sentem naturalmente no direito de nos pressionar em tudo, mas escapam a qualquer mínimo de pressão que nós fazemos... Também não deixe que eles tomem lugar prioritário em vossas vidas. É bom lembrar das pessoas próximas que sentimos segurança pra amar, das nossas diversas ocupações diárias. Eles que venham depois rs. Não é egoísmo, é aprender a tomar as rédeas da própria vida. Se não pensamos por nós ninguém mais vai pensar.
    Já me apaixonei algumas vezes pela internet, inclusive tive um relacionamento à distância por quase cinco anos, eu em BH e ele no Rio. Nos víamos com a frequência inferior à que gostaríamos na época, mas era o que tinha para o momento. Foi difícil, muita cobrança e eu não tava feliz com isso, mas teve lá seus momentos bons. Enfim, pude aprender um pouco com o meu passado e tento aplicar ao presente, por mais que eu reconheça que ainda posso vir a repetir alguns erros...
    Bom, por fim, peço desculpas ao texto gigantesco que escrevi. Star, obrigada pela dedicação que tem prestado ao seu blog, que descobri por acaso buscando informações no Google sobre indianos rsrs. As informações são muito valiosas e logo se vê que você que você escreve as coisas com amor e boa vontade. Tenho muito interesse nesses assuntos. Vou continuar te acompanhando e qualquer dia desses entro em contato convosco via e-mail :)

    Pessoas, pode até ser clichê, mas é algo que pude constatar como verdade. O jardim das delícias ta é dentro da gente. Isso significa que, uma vez cultivado, ele se desenvolverá de dentro pra fora. Lá é o único lugar do universo que existe paz de verdade. Cuidem com carinho do interior de vocês, sempre e sempre.

    Muita paz e discernimento pra todas nós <3
    Beijo grande! "

Abraços!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Sinais positivos do namoro virtual

Muitas vezes prestamos tanta atenção aos sinais negativos de um relacionamento virtual que acabamos ignorando os sinais positivos de uma relação saudável.

A pergunta que sempre recebo ao final dos e-mails é "devo acreditar nele?"
Na verdade a gente só acredita até certo ponto, né. Nunca existirá certeza absoluta em nenhum relacionamento, independentemente de ser virtual ou não. Dúvida todo mundo tem, mas não deixe que uma dúvida vire uma bola de neve, por exemplo, eu aconselho que num relacionamento virtual nós devemos "brincar" de ligar os pontos. Lembra daquela brincadeira de criança "ligue os pontos?" pois então, você deve ligar uma informação na outra, se elas batem. Se por exemplo, ele diz que vocês tem um relacionamento sério e já estão noivos qual a razão para ele ficar incomunicável e sumir por vários dias? Quando levamos alguém a sério não sumimos por vários dias, ignoramos as ligações e reaparecemos do nada, não é verdade? Se ele te leva a sério, estará mais tempo presente do que ausente.

Ligar os pontos é diferente de desconfiar, tem gente que desconfia até da alma da outra pessoa por simples insegurança, o que não é bom sinal. Às vezes um parceiro está sendo sincero e fazendo tudo certo mas a insegurança da outra pessoa atrapalha demais. Eu entendo isso, e quando acontece aconselho respirar fundo e deixar rolar sem ficar nessa obsessão de achar que todo mundo só quer te enganar. Saiba identificar as ações negativas e positivas, depois coloque tudo numa balança. Vá filtrando tudo e veja o que sobra.

Eu vejo gente que tem um relacionamento legal virtual, mesmo assim cheio de insegurança. O risco existe, é só abrir os olhos como não enviar dinheiro e nem casar por procuração sem conhecer a pessoa.

 Isso é só um começo, não há regras, mas aqui vão alguns pontos positivos, se:

Ele passa mais tempo presente do que ausente;

Te liga vários horários diferentes do dia, por exemplo, um dia te liga de manhã, no outro a tarde e assim por diante;

Atende suas ligações independentemente do horário que você liga;

Responde suas mensagens e retorna as ligações;

Recusa e se ofende quando você quer enviar dinheiro;

Tem assuntos saudáveis que variam desde vida familiar até política;

Respeita sua religião;

Respeita sua profissão;

A sua vida material não importa para ele;

É desimpedido, diga-se, solteiro viúvo ou divorciado;


Abraços!




terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Pare e Pense

Não quero assustar ninguém e nem tenho a intenção de jogar balde de água fria no relacionamento de ninguém, mas quero falar de um assunto sério que deve ser pensado antes de casar com indiano, paquistanês ou homem do Oriente Médio (porque a cultura desses países é muito delicada) é perguntar a você mesma se seria capaz de levar adiante uma mudança de planos. 

Como assim?  

Muitas mulheres antes de casar dizem: "não vou deixar meu país, porque no Brasil vivo do jeito que eu quero, então ele está vindo para cá e vai se adaptar aos nossos costumes" ou "vamos ter muitos filhos" também, "não vou deixar o Brasil porque aqui posso trabalhar, não sei depender de ninguém e jamais dependeria de um homem".

Tem mulher que larga tudo e vai de mala e cuia se casar no país do amado. Mas tem mulher que não quer sair do Brasil. Hoje o post é voltado àquelas que querem casar mas não querem sair do Brasil e mesmo assim se jogam de cabeça.

Tá tudo muito lindo, muito legal mas como você vai casar com um homem sem cogitar a possibilidade de um dia precisar viver no país dele?

Antes de casar é muito fácil, o cara fica louco para vir ao Brasil, faz mil planos com você, e vem pra ficar. Você toda orgulhosa diz que nem louca vai para o país dele porque detesta a comida, tem medo, não tolera machismo ou qualquer outro motivo relevante, mas um dia essa pessoa pode querer voltar com você para a terra natal e aí como fica? De repente ele diz que está de saco cheio daqui, está com saudade da mãe, da casa, da vida que levava lá..e você faz o que? Vai trabalhar como? Está pronta para a possibilidade de se tornar dona de casa, depender de marido, viver com a família dele ou qualquer outra coisa que te incomoda?

Sempre falo, não é porque o homem vem viver no Brasil que vai deixar todos os costumes dele de lado e muitas vezes a batalha é grande para aquelas que esperam que isso aconteça porque a cultura deles é sempre a melhor em tudo (quem se relaciona aí sabe do que estou falando). Pode até obter sucesso mas para virar a cabeça só precisa de um minuto. 

Eu penso nisso, e vou além, já pensou quando existem filhos? É muito lindo fazer planos de ter mutos filhos, todos fazem isso.  Você sabia que a maioria dos casamentos nesses países são arranjados? Lembre-se que o seu caso é uma exceção...será que os seus filhos futuramente terão chance de escolher o parceiro? Ou quando eles fizerem uma idade adequada passarão as férias com a família do pai e como consequência terão um casamento arranjado por lá mesmo? Por que é assim que a maioria faz. Como você vai reagir? Eles não acreditam em casamento por amor, e mesmo se casando por amor ainda acham o casamento arranjado melhor. É uma cultura muito difícil de driblar. 
Pense, analise algumas possibilidades e se você encararia numa boa essas situações dentre tantas outras. 

Não quero fazer ninguém desistir não, mas pare e pense se é isso mesmo o que você quer, pois os riscos de essas coisas acontecerem são grandes. Pode chegar uma hora que é você quem precisará ceder, mudar para o país do marido e dançar conforme a música porque lá as regras serão outras.

É muito importante conhecer a pessoa que você vai casar, e é mais importante ainda, conhecer você mesma, seus pontos fortes e fracos ao encarar um relacionamento com alguém de uma cultura tão diferente principalmente a oriental pois as diferenças não estão apenas roupas, as diferenças estão na mente.

Abraços







quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Cuidado com "Casamento por Procuração"!

Tem gente que não sabe dos riscos de um casamento por procuração quando não conhece o parceiro pessoalmente, ou o relacionamento é superficial (não existe confiança, o parceiro é cheio de mistérios, já pede em casamento depois de poucos dias de conversa, se mostra desesperado para casar e vir para o Brasil). 

O que pode acontecer?
Depois que você se casar, a pessoa pode sumir. A pessoa pode até vir para o Brasil, mas só Deus sabe quando e onde. Se ele quiser voltar para o país dele e se casar com alguém de lá até consegue, porque seu casamento lá não vai ter validade e nem foi registrado na repartição competente (registro consular) do país dele.

Quer assumir o risco?
Pelo menos escolha o regime de Separação de Bens (art. 1.687 e 1.688 do Código Civil de 2002).
Mas nesse caso, deve ser feito o pacto antenupcial ( é o instrumento pelo qual se escolhe o regime de bens) por Escritura Pública e depois que a pessoa chegar aqui no Brasil e der tudo certo, vocês podem alterar o regime mediante autorização judicial em pedido motivado.


Boa sorte.

Abraços


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

E a minha adaptação como foi??

Ola!! Esses dias nao consegui escrever aqui, estou cheia de ideias mas me falta um pouco de tempo livre na internet.. Nao gosto de escrever pelo celular porque nao sei formatar o texto sem falar nos erros de digitaçao dificeis de resolver...mas como sou fiel ao blog aqui estou.

Eu sempre falei sobre a adaptaçao do meu marido no Brasil mas é óbvio que precisei me adaptar a muita coisa e enfrentei muitas diferenças culturais, até que tudo ficasse meio termo, pois no inicio as divergencias foram muitas tanto para mim quanto para ele. O meu marido precisou se adaptar a nossa cultura, mas e quanto a mim? Como  foi e como tem sido? Não foi fácil. Como dizem, o primeiro ano do casamento é o mais dificil, e para mim nao foi diferente porque é aí que vemos os hábitos de cada um e claro, os costumes.
 Depois de refletirmos muito o porquê de tantas divergências, chegamos a conclusão que viemos de mundos diferentes, não apenas países! Vou só listar alguns exemplos:
Enquanto na India ele come com a mão, aqui no Brasil uso garfo e faca.   
Enquanto ele coloca sal no suco, iogurte e frutas, eu coloco açúcar.
Na India é comum beber chá toda hora. No Brasil bebemos café.
Na India não se encosta na pessoa para cumprimentar, no Brasil apertamos a mão, abraçamos e muitas vezes até beijamos.
Na India um homem não enconsta na mulher, aqui no Brasil eles cumprimentam as mulheres com beijo no rosto;
Na India a maior parte da comida é natural, no Brasil a maior parte é artificial.
Na India o volante é do lado direito, no Brasil é esquerdo..
Esses foram só exemplos bobos! Observe que não falei nada sobre moral.

O que mais me adaptei? Sabe aquelas ligaçoes para os familiares e amigos no meio da noite devido o fuso horario? Nos primeiros meses passaram a fazer parte da minha vida, noites mal dormidas devido o uso do skype.
No inicio tive que me acostumar com as ligaçoes para a India, e quem faz ligaçoes para lá sabe que enquanto é dia na India, aqui é tarde da noite para nao dizer madrugada. Isso ja foi motivo de discussao porque eu queria dormir e ele queria matar a saudade da familia e amigos. No primeiro mês eu nem ligava, mas depois de meses eu passei a me incomodar. Graças a Deus hoje existe celular com todo tipo de aplicativo e skype virou coisa do passado.
No dia-a-dia vieram outras preocupações:

ROUPAS
ANTES: Tive que me adaptar ao jeito de um indiano punjabi conservador, nao queria que eu cortasse e nem colorisse os cabelos, nao queria que eu usasse roupas curtas e decotadas, nao mostrasse os ombros...uma vez ele falou que se pudesse queimaria todas as minhas roupas curtas que eu tinha no guarda-roupas. Nao queria que eu usasse salto alto, palpitava em todas as roupas antes de sair de casa, na hora de comprar sempre dava opiniao..no começo fui me adaptando até que naturalmente as coisas foram voltando ao normal.
HOJE: posso usar tudo o que tenho vontade como eu sempre usei antes e agora até pede para eu usar salto, aos poucos ele foi mudando sem eu forçar a barra, aconteceu naturalmente, até biquíni uso normalmente na praia, mas nunca na frente de outro indiano.
A única coisa que de fato precisei mudar foi a vestimenta no caso de recebermos algum indiano em casa: quando o marido vem com algum amigo já me manda uma mensagem no celular dizendo que teremos visita, assim coloco uma roupa mais comportada. Eu entendo isso, porque infelizmente se eu aparecer com blusinha ou vestidinho os amigos vão entender como uma provocação, como se eu estivesse com a intenção de seduzir. É assim que a maioria dos homens orientais pensam.

AMIGOS
No início ele se importava muito quando algum homem vinha me cumprimentar no rosto.
HOJE: ele entende que é costume de brasileiro e nao se importa tanto assim. Eu evito mas nem sempre dá para escapar pois as pessoas já nos cumprimentam assim naturalmente e nem dá tempo de dar um aperto de mão mas por ele nenhum homem me cumprimentaria no rosto até hoje.

FAMILIA
ANTES: ele tinha ciume da minha familia e nao aueria que eu tivesse contato com eles frequentemente, pois na cultura indiana a esposa passa a fazer parte da familia do marido, quando é uma família conservadora isso é imposto, entao para ele nao tinha porque eu falar com minha mae frequentemente. Sofri muito com isso pois eu morria de saudade da minha mae e nunca abri mao de minha familia, sempre bati de frente e disse que isso eu nao mudaria nunca.
HOJE: nunca cortamos o contato com minha família e agora ele entende o que é familia e povo brasileiro é muito mais família do que qualquer povo oriental. Brasileiro que diz que povo do oriente dá valor à família nunca passou por isso, porque no Brasil nem sonhamos com a hipótese da filha deixar de ter contato com os pais dela depois que casar. Essa história de que a esposa passa a fazer parte da família do marido e chamar a sogra de mamãe é muito bonita nos livros, filmes e "blogs" afora porque na prática não é tão bonito assim.

COMIDA
Deixei de comer carne vermelha frequentemente e nao como carne de porco de jeito nenhum, isso inclui salsicha, salame, presunto, mortadela, qualquer coisa que tenha bacon, feijoada...isso ja rendeu briga quando uma vez eu comi bacon...
Tem dias da semana que não comemos nenhum tipo de carne, nem ovos.
Existem os festivais religiosos que fazemos jejum ou nos abstemos de certos alimentos ou temperos..
Bebidas, eu ate tomo cerveja ou vinho mas nunca na frente de outros indianos.

Tive que me adaptar a varias coisas, e restrições. Hoje só posso dizer que ele mudou quando passou a viver no Brasil e só tenho minha liberdade porque ele usufruiu dessa experiência de viver aqui. Acredito que se ele nunca tivesse morado no Brasil nada teria mudado e eu teria que me adaptar 100% à cultura e costumes dele, pois como exigir atitudes da parte dele até então desconhecidas para ele?
Tem mulher que mora no Brasil e vive do jeito brasileiro, mas não passa pela cabeça que no momento que seu marido se juntar ao povo dele ou te levar para o país dele, não vai ser diferente de ninguém, vai seguir todos os costumes e tradições. Por exemplo, quando recebemos visita de algum indiano na nossa casa não bebo cerveja, não uso roupas decotadas, meu marido não demonstra muito afeto, porque está na frente de um indiano, é automático. Quem se relaciona com pessoas de países conservadores e não espera mudar nada é louca, porque uma hora ou outra a cultura vai te pegar.
E olha que nao tem nada a ver com religião! O sikhismo, por exemplo, é uma religião digamos, moderna, que reconhece a igualdade do homem e da mulher, Deus como único criador do Universo, não é a favor de jejum (mulheres sikhs não fazem jejum para o marido como as mulheres hindus), e nem tem restrições alimentares como no islamismo, hinduísmo e cristianismo, por exemplo. A diferença mesmo é cultural, pois meu marido é sikh indiano, então os costumes irão com ele onde ele for independente da religião dele. Gosto de ressaltar isso porque vejo pessoas em relacionamentos interculturais e justificam tudo devido a religião da pessoa, mas não enxergam que a maior das barreiras é a cultural e não a religiosa. 
 Está em relacionamento intercultural? Dê atenção aos costumes, pois eles farão parte de cada segundo da sua vida, você querendo ou não.







domingo, 3 de agosto de 2014

Família tradicional??

Quando nos casamos com um homem de família tradicional aos olhos dos outros soa como família "atrasada". Mas não é bem assim. Casar-se com um homem de família tradicional também tem seus prós. Vejo muita mulher que namora indiano, árabe, turco e afins pela internet e se orgulha toda ao dizer que o rapaz pertence a uma família moderna.  E aquela que se casou ou está prestes a se casar com rapaz de uma família tradicional, o que esperar??

Particularmente eu gosto de viver dentro dos costumes, não gosto de ser tratada de forma diferenciada o tempo todo e não me arrependo de ter entrado para uma família tradicional. Dentro de uma família indiana eu quero ser tratada como uma indiana e não como uma estrangeira. (Um erro muito comum quando te enxergam como estrangeira é o tratamento diferenciado e isso não acho agradável). 

Uma indiana tem um casamento merecido, com uma super festa, muitos convidados, presentes, jóias, henna, ouro..

Um rapaz de família tradicional passa a vida toda juntando dinheiro para o casamento, dote ou presente, dar entrada em uma casa, abrir um negócio, etc tudo como manda o figurino porque ele sabe que o casamento sai caro. 

Vou dizer uma coisa muito importante que vejo acontecer direto com as brasileiras: quando a família do moço pergunta a ela o que ela quer de presente ou de dote, ela diz "não quero nada" e ainda acha que está abafando. A primeira vez que meu marido perguntou o que eu queria, eu disse "você é meu presente.." ahh que românticoooo so que não! Você pode pedir sim alguma coisa, é claro, de acordo com as condições financeiras do moço..como eu não sabia as condições do meu marido, eu pedi um punjab suit que é a roupa indiana com bata e calça, além disso pedi bindi, kajal e pulseira. Não espere alguém chegar até você e explicar tudo ou perguntar formalmente. Seu noivo ou a família dele pode simplesmente do nada perguntar o que você quer da Índia.

Brasileira tem vergonha de escolher um presente. Eu sei, nós não queremos mostrar que estamos nos casando por dinheiro, joias, ou que temos preço, mas para uma família tradicional o simples fato de recusar o presente do futuro marido pode soar como desprezo, porque o homem é o provedor do lar e se ele não pode dar um presente para a futura esposa, como vai sustentar uma família? É assim que eles pensam, e quando você diz "não quero nada" é o mesmo que dizer "Meu bem, você é tão pobre, mas tão pobre que nem tenho coragem de pedir nada porque sei que você não poderá pagar". 


Com uma atitude dessas você mesma se diferencia das demais e dá direito à família do moço de não fazer nada de acordo com as tradições porque isso desanima, parece que você não faz questão de um casamento tradicional, enquanto as outras mulheres do país dele realizam todas as cerimônias e usufruem daquilo que lhes é de direito. 

Vejo por aí muita brasileira que na hora não faz questão dessas coisas, não conversa sobre a festa de casamento em si e nem deixa claro que quer um casamento tradicional. Então ela tem só o casamento no civil, ou não realiza todas as cerimônias e depois de uns tempos acaba triste achando que a família do moço não fez questão de nada porque ela é estrangeira ou o rapaz não tinha dinheiro ou sei lá o que.
Quando a família é tradicional nem precisa falar muito sobre isso porque eles fazem tudo, mas quando a família é moderna vale a pena conversar sobre os detalhes do casamento.

Então se você quiser se casar dentro das tradições, aceite cada etapa como se você fosse um deles.
Não estou falando de arrogância, o que eu quero dizer é: aceite aquilo que lhe perguntarem, sugerirem, se pedirem dote, escolha qualquer coisa mas não se negue a escolher algum presente, porque a recusa de um presente é uma ofensa (até para nós brasileiros, não é verdade?) além disso, a troca de presentes simboliza a oficialização do compromisso.

Existem aquelas mulheres que realmente não fizeram questão disso e são felizes assim. Mas vejo gente que depois do casamento compara a festa da vizinha, da cunhada e se pergunta porque com ela não foi assim, por que também não ganhou isso nem aquilo. 

Em Roma, faça como os romanos, na Índia faça como os indianos, e por aí vai..!

Beijos!


terça-feira, 3 de junho de 2014

Até onde seguir a cultura do outro?

Eu acredito que a partir do momento que colocamos o pé em outra cultura, nós devemos no mínimo aprender a aceitá-la, do contrário a convivência vira uma tortura.

Geralmente a mulher se esforça mais para seguir a cultura do homem que ela ama. Vejo um monte de mulheres que mudam a forma de se vestir, a forma de agir, a religião, ou qualquer outra coisa que a faça se sentir mais próxima daquilo que ela sonha para ela.

Eu mesma mudei muito depois que conheci meu marido. Antes mesmo de nos encontrarmos pela internet eu comecei a assumir aquilo que eu mais admirava sem me importar com a opinião alheia. As roupas foram as primeiras coisas. Depois passei a me interessar mais pela religião, pela cultura e estilo de vida.

Até que um dia, sem perceber eu estava 100% dedicada à cultura indiana e praticamente deixei meus costumes brasileiros de lado. As pessoas até pensavam que eu era indiana, mas eu não tinha intenção de parecer, foi algo que aconteceu naturalmente. Mas eu estou morando no Brasil e não na Índia. Eu sou brasileira e não indiana. Por mais que eu admire muita coisa não posso negar minhas raízes, meu jeito espontâneo de ser, de dar uma gargalhada bem alta sem me importar com os outros, ou soltar um palavrão quando algo me irrita profundamente. Não posso negar que tenho o jeitinho da mulher brasileira que é doce mas sabe levantar a voz quando necessário ou que sabe ignorar o mundo e fazer o que tem vontade.

Pois bem, eu estava me esquecendo disso...até que meu marido abriu meus olhos..um dia ele falou, "onde está aquela blusa que você usava quando a gente se falava pela internet...onde estão aqueles brincos grandes de argola que você usava sempre? "

Isso me gerou um grande conflito interno. Sabe o que eu achei? Ele procurava aquela Star que ele havia conhecido na internet e ele não encontrava mais. Ele procurava aquela estrangeira branquela de cabelo loiro com franjinha que usava calça jeans, camiseta e salto alto com um par de brincos grandes de argola dourada. 
Mas ele via uma mulher que vestia uma bata indiana, sapato indiano, bindi, todos os dias e mais um monte de coisa que remetia outra pessoa e não àquela por quem ele se interessou antes. 
Pode parecer bobeira mas não é. Pois o que me realizou foi ver que meu marido era exatamente como eu via nas fotos, com o mesmo estilo, mesma personalidade então é claro que ele também esperava pelo mesmo.  Pensei, ele está certo porque ele se casou com uma estrangeira e não com uma indiana. Ele quis uma gori na vida dele. Eu é que me transformei tanto! Da mesma forma que gosto dele com turbante e barba por fazer ele deve gostar de me ver como a gori que ele conheceu na internet.

Voltei a usar minha calça jeans com camiseta, meu salto alto, voltei ao meu estilo de antes. Misturo meus estilos, um dia banco a indiana (sou fanática pelas roupas e acessórios) e no outro dia sou a mesma gori de sempre.

Às vezes a gente muda tanto sem ter a necessidade disso, sem perceber. E olha que vejo muitas mulheres nessa situação, mudam tanto que quando vemos uma foto antiga nem parece se tratar da mesma pessoa. Dizem que algumas pessoas seguem tanto a nova cultura que se anulam. Será que é isso mesmo? Será que eu estava me anulando?
Muito confusa..



quinta-feira, 29 de maio de 2014

"A família dele não me aceita porque sou cristã"

Quem acompanha o blog sabe que eu mesma nunca encorajei nenhuma mulher viajar para a Índia atrás do seu grande amor. Apesar de eu amar falar sobre o país, a cultura e relacionamento sempre deixei claro sobre as dificuldades e os riscos de um relacionamento quando a família não aprova.
Outro dia uma garota me pediu um conselho sobre um rapaz que a família dele não queria que ele se casasse com ela, por motivos religiosos . Enquanto isso o rapaz dizia de que ela deveria deixar o Brasil e viajar para o país dele e quem sabe assim os pais se convenceriam. A minha resposta foi "Não, não vá para lá". Tem gente que não acredita que a sociedade e a família tem um peso muito grande e é um risco uma mulher estrangeira viajar para um país tão conservador.
Veja o que respondi há uns meses no post "Amor Indiano"

Oi S., obrigada por compartilhar sua história. Eu gostaria de escrever tudo o que você desejaria ouvir, mas na verdade vou falar aquilo que você não quer ouvir.

Primeiro, vocês são jovens, e ele ainda depende dos pais, provavelmente não trabalha e vive com os pais então ele jamais irá contra a vontade deles. Ele falou a verdade e já disse logo que os pais dele jamais aceitariam uma cristã e não ficou escondendo isso de você.

 (....)

 Na India a sociedade tem um peso muito grande e a comunidade pode interferir na decisão de vocês mesmo se os pais aceitarem.

Se ele for contra os pais, dependendo da comunidade que ele vive, pode até ocorrer "crime de honra".

Eu sei que estou te assustando mas não posso te enganar porque tudo na Índia é assunto delicado.

Meu conselho: NÃO VÁ PARA A ÍNDIA. SE ELE QUISER CONVENCER OS PAIS, DEIXE ELE FAZER ISSO SOZINHO E NÃO TE ENVOLVER NOS PROBLEMAS CULTURAIS DELE.

O certo nesse caso é ele tirar o visto e pegar um avião para o Brasil. Se lá você não é bem-vinda, deixe que ele venha para cá, afinal aqui ele é bem-vindo. Não é você quem vai fazer os pais dele mudarem de ideia. Só ele pode fazer isso por você.

Isso só vai dar certo se ele criar coragem de enfrentar os pais, mas parece que ele deixou bem claro de que é muito difícil ir contra os pais.

Você ainda é muito jovem e bonita, não aconselho viajar para a Índia em nome do amor, principalmente num caso desses. Você ainda tem que terminar os estudos e tem sua familia aqui, você tem muita coisa pela frente. Não arrisque sua vida por um homem porque não vale a pena, a cultura indiana ainda é muito fechada. Se mesmo assim você quiser arriscar vá com seus pais. Nunca viaje sozinha.Mas não esqueça, o certo nesse caso é ele vir até você.

Não tenho face, flor, qualquer coisa me mande e-mail para cafecomchai@hotmail.com

Beijos
ResponderExcluir"

Abraços!

segunda-feira, 17 de março de 2014

Coisas que Ninguém diz - Parte 2


A Sogra

"Ahhh que lindo! Na cultura do meu marido eu devo chamar minha sogra de mãe!"
"Ahhh  que fofo! Agora eu sou considerada filha!!!"

Quem nunca ouviu isso de alguma brasileira casada com indiano ou algum homem de cultura oriental? 
Parece tão bonitinho, tão família...sim..o status de mãe dará a ela direitos de mãe: decidir por você porque você é a menininha inocente que não sabe tomar decisões sozinha (apesar de minha mãe nunca ter decidido nada por mim), reclamar, cobrar, exigir que as coisas sejam feitas de acordo com as regras da casa, etc etc.
E não se engane, o status de filha te dá deveres de filha, óbvio: no mínimo respeitar os mais velhos da casa e ser obediente.

Pouca gente pensa desse jeito. Tem gente que acha fofo, lindo, bonitinho chamar a sogra de mãe e se ilude achando que tudo vai ser lindo. Tem gente que também cria uma imagem tão péssima da sogra que já a julga antes de conhecê-la melhor. Eu também chamo minha sogra de Mommy e meu sogro (que Deus o tenha) de Papa (especificamente mamãe e papai).

Mas uma coisa aprendi: quando o assunto é sogra nem sempre é tudo o que dizem aqui no Brasil. Na Índia há uma ideia diferente em relação aos sogros, ninguém faz piada de sogra, inclusive é uma falta de respeito terrível alguém fazer piadas a respeito dela. Claro que existe, principalmente na internet mas pessoalmente você não escuta nenhum desabafo em forma de piada e se você é mulher e gosta de fazer piada de sogra, é pior ainda, desse jeito nenhum indiano vai se arriscar a colocar você dentro de casa já que a esposa vai morar na casa dos sogros! rs

Se a sua sogra te enxerga como filha, vai te tratar como uma filha de 10 anos de idade, isso é fato.  Quando elas são boas e amorosas são uma jóia na vida da nora. Tratam a nora como uma princesa e mimam muito, não falta nada desde carinho a presentes. Outro dia escutei algo que me deixou perplexa: eu estava com um objeto que eu gostava muito e disse para meu marido "vou guardar isso para nossa futura filha, uma dia será dela". Meu marido virou para mim e perguntou: "por que você não guarda para sua futura nora? Na Índia aquilo que é da sogra vai para a nora, assim como a sogra de nossa filha também dará coisas para ela" Confesso que nunca pensei desse jeito. Nunca pensei que um dia eu poderei ter uma nora e por que não guardar algo para ela também? Me senti tão egoísta naquele momento..

Não tome como regra tudo o que dizem da sogra indiana. O problema que muitas pessoas enfrentam é cultural, mas quando a família é correta (não realizou um casamento com interesse em dote ou visto ou quando a família não teve nada contra o casamento) a sogra é tudo na vida da nora e vice-versa porque a sogra sabe que a nora  vai cuidar dela na velhice e é por isso que na cultura indiana a esposa vai para a casa dos sogros porque assim ela cuida dos pais do marido enquanto ele estiver fora trabalhando.

Mesmo assim são poucas as ocidentais que vão morar na Índia e com a família do marido. Você já parou pra pensar que quase todas elas vivem em casas ou apartamentos separados da família? Sim, porque não deve ser fácil principalmente quando temos manias e costumes diferentes dos deles. Não estou dizendo que toda sogra é ruim e isso e aquilo. Estou dizendo que morar junto com a família muitas vezes é complicado porque temos nossos próprios hábitos.
Image courtesy: © Thinkstockphotos/ Getty images

Por mais que a gente ame a família do marido ou ele ame a nossa não é fácil morar com todos na mesma casa. A maioria das brasileiras casadas no exterior vivem em casas separadas dos sogros e isso ajuda muito na relação. Hoje em dia muitos casais indianos estão optando por viver em suas próprias casas, em ter um espaço próprio, privacidade (thank's God!) apesar de ser considerado um  insulto para muitas famílias tradicionais.

 O maior problema no convívio entre noras e sogras é relacionado a privacidade, e nem sempre o problema é pessoal. Por exemplo, aqui no Brasil saímos a qualquer hora para ir no mercado, tomar um sorvete com as amigas, etc. Já com uma sogra indiana por perto você não vai mais sair sozinha pois ela será sua sombra e irá com você a todos os lugares. Isso na cabeça deles é proteção, companheirismo e mostra um bom relacionamento entre nora e sogra mas para a maioria de nós ocidentais isso parece falta de confiança, bisbilhotagem, falta de privacidade, acha que está indo junto só para vigiar, etc. Eu sou a favor de morar separado, mas ao mesmo tempo sinto muita falta desse cuidado e de ter minha sogra para me ensinar as coisas.

A visão que os indianos tem da sogra é totalmente diferente da visão que a maioria das pessoas aqui no Brasil tem. Lembro que no início meu marido ouviu muita gente falando mal, ouvia piadas, e várias coisas do gênero. Teve um homem que falou para meu marido que preferia ver a sogra em cima de uma cama fria, e dava risada. Ele ficou horrorizado, ficou sério e confuso ao mesmo tempo. Ele dizia para mim que não gostava disso, que era falta de respeito e perguntava porque as pessoas aqui "odiavam" suas sogras.  Foi aí que vi a diferença, o respeito que os indianos dão para a figura dos sogros. Primeiro, porque são mais velhos, depois porque tem a figura de pai e mãe (obviamente devemos respeitar nossos pais), terceiro, porque foram eles que nos acolheram.

Existem conflitos? Sim, claro, porque é difícil seguir as novas regras de uma casa totalmente diferente da casa dos nossos pais. Existe ciúme, cuidado excessivo como na maioria desses relacionamentos mas nem sempre a sogra é uma inimiga e se ela não for tão doce como um gulab jamum, você a conquista aos poucos! Vale mais a pena!

Image courtesy: © Thinkstock photos/ Getty Images

Beijos

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Coisas que Ninguém diz - Parte 1

Faz tempo que não escrevo sobre relacionamento de brasileiras com indianos. Sempre gostei de mostrar o lado bom e difícil e morar com um marido estrangeiro no Brasil, mas quero dar ênfase sobre o relacionamento intercultural em si.
A SAGA DO INDIANO MODERNO:
Se você tem um doce de marido ou namorado SUPER MODERNO, qua AMA o Brasil com todas as forças, que se adaptou super bem, que está SUPER feliz aqui, que tem um MEGA emprego e não joga na sua cara que você é ESTRANGEIRA, é EXTREMAMENTE calmo ou quando foi para a ÍNDIA ele mostrou um lado mais doce ainda, esse texto NÃO é para você.
Mas se você está insegura ou pensa que seu amor é um príncipe, acha que ele é moderno, não sabe nada de homem indiano ou já vem tendo sinais de que você não vai aguentar viver controlada acho que vale a pena ler e abrir a mente. 

Vejo que algumas mulheres enxergam a minha história como exemplo. Eu escrevo coisas bonitas da cultura mas sempre deixei claro que casamento entre diferentes culturas não é fácil e mesmo quem pretende viver no Brasil poderá encontrar dificuldades na adaptação agravada pela falta de emprego.
Se eu recomendo? Não. Não recomendo casamento entre diferentes culturas. Amor é uma coisa, cultura é outra.

Eu já vi indiano chegar no Brasil e voltar para a Índia porque não conseguiu trabalho aqui, já vi casamento cancelado, já vi sonhos desmoronados.
Já vi indiano surtar porque a nossa cultura é totalmente diferente. Meu marido surtou também quando chegou. Ele surtou com shortinho, decotes, piercings, tatoos, cabelos coloridos, alto índice de divórcios, alto índice de famílias construídas fora do casamento, drogas e bebidas no meio da rua, . Não quero dizer que nada disso não acontece no país dele, mas lá as coisas acontecem escondidas, entende. O povo tem medo da repreensão da polícia, dos vizinhos, da família, da sociedade em geral.

Quando o homem vem para trabalhar ou estudar, é uma coisa, tudo é legal, experiência, novidade. Mas ele sabe que vai embora então não vê nada de mal. Mas quando o homem vem para casar e morar aqui é outra coisa, totalmente diferente. Ele literalmente vai ter que engolir e aprender a conviver com o nosso jeito de ser e no início é bem chocante.

Conheço uma moça que estava para se casar com um indiano. Ele tirou visto para o Brasil e antes que ele chegasse eu conversei muito com ela e expliquei muito esse choque cultural. Meu marido, por exemplo, é um Punjab sikh de uma região conservadora. Os punjabis são conservadores  e normalmente não gostam de misturar cultura e casta (por isso quando colocam turbante são todos parecidos kkk). Eles se mostram modernos mas de modernos não tem nada. É só na forma de se vestir porque eles seguem os costumes à risca, uma mistura de islamismo com hinduísmo. Gente, imagine islamismo e hinduismo juntos!
 Um sikh nunca vai admitir isso por questões políticas mas é só ler a história do sikhismo que você vai entender.

Pois bem, quando alertei essa pessoa sobre o conservadorismo do homem indiano, ainda mais o dela que era muçulmano, ela disse "Ahhh mas o meu indiano não é assim não!!! Ele é mais moderno!!! Ele tem a cabeça mais aberta para essas coisas, ele só ficou incomodado com as minhas roupas quando apareci na webcam, mas eu sei que ele não vai ter problemas quando chegar aqui, aliás, eu já avisei que o Brasil é bem diferente então ele já está preparado!!!"


Ahhh amigos, nem preciso dizer que se eu achava meu marido fosse General, o "indiano ultra moderno" dessa garota era um Marechal. No início eram só elogios sobre ele, ele era um amor.
 Mas o indiano ficou horrorizado com tudo que viu e não queria que ela usasse nem calças (ela teria que usar roupa indiana, véu e saia mesmo estando no Brasil). Mesmo assim se casaram, até que um dia que ela levantou a voz para ele em tom de brincadeira e deu um tapinha, ele ficou louco, mudou a cara, ficou roxo, parecia que ficou tomado pelo capeta. Falou na frente de todo mundo para ela nunca mais fazer isso porque jamais uma mulher deve fazer isso para um homem e na cultura dele isso é inadmissível. Ele falou bem alto em inglês apontando o dedo "NUNCA MAIS FAÇA ISSO!!! NUNCA!!!" .
E olha que eu sempre pensei que meu marido fosse super conservador.  Mas vi que existem vários graus de conservadorismo e falta de informação. Fique esperta. Tem mulher que não aguenta tanta pressão pois o marido, a famlília e a sociedade cobram muita coisa dela. A mulher tem seu papel na sociedade, a cuidadora do lar, dos filhos, marido e família dele (ela é tudo, enfermeira, ouvinte, cozinheira, empregada doméstica, mãe, esposa, nora, cunhada que no fim é tudo a mesma coisa).

Mesmo aquelas que trabalham tem uma vida regrada, não são independentes e  não fazem o que querem. Tem mulher que pede permissão para sair, para usar o telefone, para visitar os pais e isso com total aprovação dos anciãos daquela região (em algumas regiões eles mandam mais do que o tribunal e a polícia). Se você perguntar tudo isso para um indiano ele vai negar. E talvez no Brasil não seja diferente. Não pense que ele vai mudar morando aqui. Ele pode tolerar algumas coisas, mas nunca vai mudar e aquilo que ele não consegue de você ele vai cobrar do filhos. Aquilo que você não segue na cultura dele, ele vai impor aos filhos, ele vai se realizar nos filhos.

Quando as pessoas perguntam para o meu marido se na Índia todos celebram o natal ele diz que sim. Aí eu vou lá e falo que não. Ele insiste e diz, claro que comemora o natal!!! Mas só depois que eu fui entender que na cabeça dele só de ver uma árvore montada nos shoppings e alguns enfeites era o bastante para celebrar o natal e na cabeça dele isso é o natal! Mas foi só comigo que ele aprendeu que o natal comemoramos o nascimento de Jesus e a razão da troca de presentes. Ele disse que não sabia que se trocava presentes pois na Índia é só um enfeite porque eles vêem assim nos filmes, mas a maioria (com exceção dos indianos cristãos) não sabe de fato o significado do natal.  
Não acredite quando o homem diz que é moderno e não pense que ele é bem informado. Não pense que o seu namorado de internet é moderno, porque ser moderno na Índia é uma coisa, ser moderno no Brasil é outra. Para um padrão indiano ele pode ser moderno, mas você já pensou se ele é moderno para um padrão brasileiro? Se você não acredita agora, tudo bem. Depois do casamento você vai ver a modernidade dele!!
As mulheres sempre dizem "ele é tão bonzinho!"...mas ninguém pensa como pode ser o surto desse "bonzinho".

Outro dia, li um artigo de um blog que dizia mais ou menos assim: " só o fato de alguns indianos falarem um pouco de inglês, eles já se acham modernos".

Continua...



sábado, 15 de fevereiro de 2014

Mulher brasileira é folgada?

 Não sei se é esse calor que faz aqui em SP ou a rotina me consome. Agora  marido leva marmita para o trabalho (pela higiene, comer comida fresquinha e economizar, é claro). Alguns dias ele levava pedaço de pizza (porque ele pedia) ou quando chegávamos tarde em casa ele não queria que eu ficasse cozinhando  então ele comia alguma coisa lá perto do trabalho ou pedia para eu colocar pizza na marmita.

Teve um "causo" de uma mulherzinha do trabalho dele que olhava para a comida dele e dizia bem alto para os outros na mesa "mulher brasileira é folgada". Isso porque naquele dia meu marido pediu para eu colocar na marmita dois pedaços de pizza que ele adora. Não fiz isso porque sou preguiçosa, apenas porque ele pediu.  Ele ficou chateado com o que ela disse, que apesar de não conversar em português com as pessoas entendeu a indireta dela. Nem preciso dizer que fiquei indignada e calei a boca deles no dia seguinte, fiz um super ensopado indiano.

Ainda não aprendi a me organizar, variar o menu da semana, ainda mais quando 2 dias da semana a comida aqui em casa deve ser vegana. Esses dois últimos dias não fiz praticamente nada de diferente e não tenho me empenhado no fogão porque ando sem criatividade, sei lá. Semana passada fiz uma lasanha e confesso que fez sucesso. Mas depois que a lasanha acabou pensei e agora, o que eu faço para o resto da semana?

Mas se estamos sempre com pressa para cozinhar, arrumar a casa, quer dizer que somos ocupadas, certo?
Como uma pessoa vira para a outra e diz que mulher brasileira é folgada? Com certeza essa pessoa não sabe da missa 1/3. Eu não tenho empregada, desde que meu marido começou a trabalhar eu sempre fiz questão de acordar no mesmo horário, às vezes antes, e já deixava tudo pronto como roupas, café, sapatos, marmita e depois que descobri que levando ele de carro era melhor do que ele pegar metrô lotado, então todas as manhãs eu o deixo na porta do trabalho. Depois eu volto, arrumo a casa (lavo roupa, lavo banheiro, passo roupas, pano no chão, tiro o pó, faço a comida, não nessa ordem), saio para resolver as coisas (o português dele não é fluente e o horário de trabalho não permite que saia sempre então eu que tenho que resolver 80% dos assuntos burocráticos), vou trabalhar, estudar e depois volto faço o lanche da tarde, sirvo o chai, e mais tarde o jantar, chai de novo sem falar nos coflitos culturais que ainda nos cercam, eu falo uma coisa ele entende outra, eu faço uma coisa ele quer que faça de outro jeito e assim por diante e ainda tem que dar atenção para a sogra que está sozinha na Índia e fica chorando dizendo que eu abandonei ela quando fico mais de uma semana sem telefonar. Eu imagino como deve ser difícil e deprimente viver sozinha na Índia mas estou sem internet e fica difícil ligar pelo skype ou voip frequentemente.

Eu queria saber desde quando mulher brasileira é folgada. Nós cuidamos da casa, marido, trabalho, estudos e ainda encontramos tempo para cuidar da vaidade.

Infelizmente sempre vai ter Zé povinho para cuidar da nossa vida. Na internet não tenho esse tipo de problema porque nem tenho mais facebook ou essas coisas mas não tem jeito, mas sempre vai ter um Zé povinho ou uma mulher invejosa que pensa que vivemos no mundo de Jade cheia do ouro com uma vida fútil.

Sinta o poder de um pedaço de pizza!