segunda-feira, 26 de junho de 2017

Dando um tempo no blog

Olá pessoal, tudo bem com vocês?
Faz tempo que não passo por aqui para atualizar o blog, e a razão disso é o foco. Alguns anos atrás o blog era meu foco, eu pensava no blog diariamente e eu tinha sede de dividir tudo sobre a Índia e minhas descobertas culturais.

O blog me proporcionou muitas amizades queridas, muitíssimos contatos no youtube, instagram, e-mails. Vocês não tem noção do quanto me ajudaram nessa jornada, na guinada que minha vida deu quando me casei com uma pessoa de cultura tão diferente da minha. Em vocês leitores, encontrei refúgio, auxílio, conforto.

Quando eu tinha mais tempo de me dedicar ao blog, eu ficava em casa, recém-casada empolgada. Mas com o passar do tempo, a vida cobra responsabilidades e com isso precisei priorizar a vida pessoal, o dia-a-dia.
Ultimamente ando sem paciência para as coisas, ansiosa, e sem concentração para escrever algo agradável. Tudo isso é resultado de uma vida estressada. Tem hora que precisamos pisar no freio. E no fundo o blog sempre foi algo levado a sério por mim, eu não conseguia relaxar a mente porque sempre pensava no que eu ia escrever, no que eu queria contar, nos conselhos que eu precisava responder..e sem perceber era mais uma lista de coisas a fazer. Até mesmo dormir e acordar no horário já era uma coisa difícil de se fazer.

De uns tempos para cá senti necessidade de cuidar mais de mim, me dedicar a coisas que há muito tempo eu não fazia como terminar de ler livros, estudar, meditar, passar mais tempo com a família entre outras coisas que eu deixava de fazer por causa da internet. Eu voltei a viver mais sentindo cada momento sem me preocupar com internet. O dia passou a render mais, e aos poucos fui vencendo o stress.

Então, pensando em vocês queridos leitores que sempre se mantiveram firmes aqui no blog, dividiram suas histórias, curiosidades, transmitiram carinho, vim aqui dar satisfações. Não acho justo dar um tempo no blog sem explicar o porquê. Não se preocupem, tudo continua normal. Continuamos na luta, batalhando todos os dias. Mas não tenho tido tanta inspiração como ultimamente. O Brasil vem enfrentando tempos difíceis que não nos permite sentar atrás do computador e ver a vida passar.
Continuarei escrevendo e dividindo minhas descobertas com vocês mas nesse momento o foco é o meu interior. Vim aqui para deixar esse recadinho a vocês, sei que tem pessoas que visitam diariamente para ver se tem alguma novidade, novo post, então não seria justo eu sumir simplesmente porque não estou inspirada. Estarei sempre por aqui vendo o blog das amigas, as atualizações, e-mails e também estou no instagram. Não estranhem a ausência de novas postagens. É somente uma questão de inspiração.


Abraços
Namaste


sexta-feira, 9 de junho de 2017

Mais uma prima, mais um casamento

O ano inteiro é tempo de casamento na Índia. Mais uma prima casou-se esse ano.














Alguns momentos da festa de Casamento Punjabi da minha prima na Índia

São 3 dias de festa: Primeiro dia Ladies Sangeet ou Mehendi, onde as mulheres fazem a henna. Hoje em dia os homens não ficam de fora, enquanto as mulheres fazem henna eles curtem a festa dançando. No segundo dia, ocorre os comes e bebes, uma festa mais elaborada. Coloquei mais alguns vídeos no canal.
No terceiro dia é a cerimônia na Gurdwara(templo) e em seguida mais uma festa anunciando os recém-casados. Sobre terceiro dia , tenho fotos as quais farei um vídeo mais tarde. Mas deixarei um vídeo curtíssimo que mostra a roupa da noiva, a roupa do templo é a mais elaborada de todas, só para ter uma ideia. Abraços








Terceiro dia (vídeo curtíssimo, mas onde aparece a roupa da noiva no dia do casamento no templo)

Abraços!!

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Quanto mais me garanto, menos eu sei

A cultura indiana é tão rica e tão complexa que ninguém consegue ter a mesma visão sobre ela. Você já deve ter lido inúmeras histórias sobre a Índia, e com elas incontáveis opiniões sobre o assunto. Mas você que tem curiosidade e se identifica com a cultura deve ter percebido, é que cada pessoa tem uma experiência diferente para contar. A cultura indiana muda muito de uma região para a outra. Muita coisa varia de acordo com a casta, religião, localização, classe social. Costumes praticados por famílias de determinados vilarejos não são praticados por famílias da cidade. Nada do que escrevo aqui é regra, mas é uma forma de entender que cada pessoa tem uma visão diferente.

O perfil de cada pessoa determina a experiência que ela transmite. Uma turista sozinha, mochileira, vivencia  aventuras e descobertas diferentes de uma mulher casada na Índia. Da mesma forma que uma mulher casada, descobre o íntimo da cultura no ambiente familiar, transmitirá outro tipo de experiência que a mochileira não teve. Eu por exemplo, escrevo meu ponto de vista na condição de casada, pois as experiências que tive dentro da cultura tem sido dentro do casamento. Não tive a experiência de viajar para a Índia sozinha e viver lá como solteira. A pessoa pode ficar na casa de família indiana, mas se ela é solteira, acredite, a estadia é bem diferente. A mulher casada tem os afazeres domésticos, o chai para as visitas, as formalidades, etc. Não estou falando 3 meses de casada, quando ainda não te deixam fazer nada como uma esposa de marajá. Estou falando da vida normal, do dia-a-dia.

Na Índia, sem dúvidas, o status marital é condição na vida da pessoa. Ser casado na Índia te proporciona um posto com direitos e obrigações diferentes aos de solteiro. A pessoa casada tem um papel a cumprir na sociedade indiana e um "protocolo" a seguir. 

Darei um exemplo, em alguns vilarejos é muito comum a mulher depois de casada fazer o uso do Ghoonghat, que é cobrir a cabeça ou o rosto com o véu na presença dos homens mais velhos incluindo o marido. É uma forma de cobrir o olhar para mostrar respeito. Algumas ocidentais já passaram por essa experiência https://foreignindianwife.com/2015/09/16/the-ghoonghat-chronicles-part-1/#more-34  
Para mim isso serviu de conhecimento mas não me preocupei com esse detalhe porque não é costume da minha família. 


É claro que uma turista não precisa se preocupar com tantos detalhes e experiências, mas uma pessoa casada provavelmente seguirá esse costume se for proveniente do vilarejo onde mora. Devo eu dizer que isso é exagero só por que eu não preciso usar? Claro que não! Essa foi a experiência de outra pessoa e para ela é assim que a banda toca. Vale lembrar que na cultura indiana, os sogros (tentam) ou exercem certo poder sobre as regras da casa, estando eles certos ou não. Cada região tem um jeito e um comportamento e cada comportamento é de acordo com a condição que a pessoa se encontra.

Eu, por exemplo, não uso o namaste.  O cumprimento é o  Sat sri akaal . Algumas pessoas vão para a Índia mas voltam sem saber o que é sat sri akaal. Isso é um exemplo da diversidade da Índia.

Se você for em grandes cidades como Delhi, o comportamento dos homens e mulheres será mais "ocidentalizado" do que os indianos do Rajastão,  por exemplo, onde é um Estado tradicional. Se você visitar um vilarejo, mesmo eles sendo conhecidos por serem extrovertidos, alegres, comunicativos verá que respeito se demonstra até com o olhar:  dificilmente um rapaz ficará olho no olho confortavelmente com você sabendo que você é casada principalmente se ele for mais novo do que o seu marido. Então mais uma vez, tudo muda de acordo com o costume de cada lugar.

A hierarquia é de acordo com a idade e posição   como  vemos os anciãos, sogros, marido, cunhados, líderes religiosos, professores, entre outros. Hierarquia está  presente no dia a dia indiano. Você representa o nome da sua família e os indianos se importam muito com o que os outros pensam e falam. Quando você passa a ser bhabi (cunhada/casada) você tem uma experiência hierárquica no ambiente familiar e social de acordo com costumes que solteira você não teria. Por isso não dá para comparar o que cada pessoa vive. 

Depois de anos cheguei à conclusão de que a experiência entre uma turista solteira e uma mulher casada são diferentes. Ambas poderão viver ao máximo a cultura, mas terão opiniões e experiências diferentes. O casamento para muitos indianos é o marco onde o "protocolo" passa a ser seguido enquanto a turista não tem tanta coisa para se preocupar além das roupas e companhia de estranhos. A turista pode usufruir outro tipo de experiência.

Aquilo que eu vivo, só eu vivo. E aquilo que você vive, só você vive. Certo? Por isso trocar experiências é sempre bom mas manter humildade é melhor ainda. Eu percebi que quanto mais eu acho que sei..menos eu sei. O foco do blog é o lado tradicional, o lado desi da Índia pois é o que eu vivo. Não falo de Nova Delhi, por exemplo. Gosto de relatar aquilo que é diferente para nós, aquilo que eu tenho contato. E só para constar, quando falo tradicional, não estou dizendo atrasado. A Índia não é atrasada. São coisas completamente diferentes. Mesmo modernos eles não esquecem as tradições. Isso é possível? Para indianos tudo é possível. Se não existisse nada de diferente,  se nada me surpreendesse, se nada fosse incredible eu não teria razão para escrever. Sabe que eu nem sei por que estou escrevendo sobre isso? Acho que os dias de meditação surtiram efeito, voltei  mais inspirada.

Abraços e até mais!!


quarta-feira, 26 de abril de 2017

Música que eleva

Quem se recorda dessa relíquia? Essa música marcou minha infância, só depois de muito tempo tive conhecimento da relação dela com a Índia, o que aumentou ainda mais minha admiração por essa música. Acredito que também tenha marcado a vida de muita gente aqui. 


Abraços!!!

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Por que o abate de vacas é crime na Índia? Parte 1

A HISTÓRIA SOBRE O ABATE DE VACAS NA ÍNDIA

Uma das coisas mais surpreendentes para os britânicos que invadiram a Índia foi, o sistema de agricultura indiana. O então governador da Índia Britânica, Robert Clive, fez uma extensa pesquisa sobre o sistema de agricultura na Índia com a ideia de manter os indianos dependentes das casas industriais estabelecidas pelos britânicos. O resultado da pesquisa foi o seguinte:


  1. Vacas eram a base da agricultura indiana, e a agricultura na Índia não podia ser executada sem a ajuda da vaca.
  2. Para quebrar a espinha dorsal da agricultura indiana, as vacas tiveram de ser eliminadas.
  3. Ele estimou que o número de vacas em Bengala excedeu o número de homens. Similar foi a situação no resto da Índia.
  4. Como parte do Plano Mestre para desestabilizar a Índia, o abate de vacas foi iniciado. O primeiro matadouro na Índia foi iniciado em 1760, com uma capacidade de matar 30.000 (trinta mil ) por dia, pelo menos um crore de vacas foram eliminadas em um ano.Uma vez que as vacas foram abatidas,  não havia mais estrume nem inseticida como a urina da vaca. Robert Clive começou uma série de matadouros antes de deixar a Índia.
Uma síntese para compreender a posição da agricultura indiana sem abatedouros. Em 1740 no Distrito de Arcot de Tamil Nadu, 54 quintals do arroz foram colhidos de um acre da terra usando o estrume simples e os pesticidas feitos da urina e do estrume da vaca. Como resultado, abriram 350 matadouros que trabalhavam dia e noite em 1910. A Índia ficou praticamente despojada de gado. A Índia teve que bater na porta da Inglaterra para adquirir o estrume industrial como a ureia e o fosfato.

Depois que a Índia alcançou a independência em nome da Revolução Verde, houve uso extensivo de estrume industrial.

(Referência: AbsoluteTruth.in)

sexta-feira, 31 de março de 2017

Minha experiência - roupa indiana no Brasil

Qual a reação das pessoas quando saio com roupa indiana na rua?

Falam tanto que estrangeiro parece um "E.T." na Índia, mas o estrangeiro também chama atenção no Brasil. Claro, não sou estrangeira e nem pareço uma, mas ao usar roupa indiana as pessoas também querem tirar foto, querem conversar, procurar saber de onde é aquela roupa tão diferente, de qual país, etc. 

Imagino que a primeira coisa que vem à cabeça de muitos brasileiros quando ouvem falar em roupa indiana é o sari. Mas não vou escrever sobre o sari, até porque nem tenho por 2 motivos: não saberia amarrar um sari sozinha, e não é a roupa tradicional da terra natal de meu esposo. O sari é mais comum ao Sul da Índia, em famílias tradicionais hindus, ou usado em ocasiões formais como eventos, casamentos etc.

O que eu uso é um conjunto de calça e bata, que pela praticidade conquistou mulheres de todas as idades, castas e religiões da Índia.


A roupa popular do norte da Índia é um conjunto de bata com uma calça bem larga (salwar).
Imagino que algumas pessoas estejam pensando "ah nada a ver usar isso aqui no Brasil" mas garanto a você, a experiência é boa. Gosto de roupas diferentes e a beleza dos tecidos indianos é "algo mágico". 

É claro que não saímos nós dois (meu marido e eu) com roupas típicas. Ele sempre prefere o jeans e camiseta. E também não peguei ônibus, não peguei metrô, não fui na 25 de Março com essa roupa! Usei em lugares fechados como restaurante, shopping, mercado, mas já deu para ter uma boa ideia sobre a reação das pessoas.

Gosto de usar roupa indiana nos finais de semana para passear, e me lembro de algumas situações que me fizeram escrever esse post. 

A primeira vez que vesti a roupa indiana  no Brasil, foi uma roupa de festa porque a ocasião pedia. Só no pequeno trajeto até o carro, as pessoas paravam na rua para ver,  ouvi uma criança gritar "olha, mãe, Caminho das Índias!"  (ops hahaha). Algumas pessoas vieram um pouco envergonhadas pedir para tirar foto. Modéstia à parte, me senti uma celebridade no Brasil!! Realmente eu não esperava por isso.

A segunda vez, usei uma roupa casual, sem brilhos, e um algodão mais leve, bem no estilo dia-a-dia, básico. Notei que as pessoas olhavam, mas não tanto como na roupa de festa, claro, mesmo assim eram olhares curiosos. Puxavam assunto perguntando se eu era brasileira e tudo sempre na maior simpatia. 

Nesse mesmo dia,  lembro que entrei numa loja e quando olhei para fora da loja, vi 3 moças paradas do lado de fora da vitrine, olhando fixamente para mim falando da roupa. Se era bom ou mal eu não sei, mas eu não ligo. Percebo que causa curiosidade, é diferente, exótico, seja como for.

Lembro de outra ocasião, quando usei uma bata. Passei num mercado para comprar algumas frutas e um senhor que era o próximo cliente na fila do caixa olhou para mim e perguntou: "_você não comprou essa blusa aqui, não é? Esse tipo de roupa, a gente não encontra para comprar aqui, bonita roupa ".

Outra vez foi na sala de aula. Cheguei após a aula iniciar, entrei quietinha para não ser percebida e não atrapalhar ninguém. Era manhã de inverno então coloquei um lenço envolto ao pescoço. O professor parou a aula para perguntar sobre lenço. Ele disse "Nossa, você não comprou esse lenço aqui no Brasil, não é verdade?! Eu achei lindo, queria um desse para dar de presente à minha esposa."

A última vez que usei não faz muito tempo, usei quando saí para fazer compras. Depois de 5 minutos, a vendedora virou para mim e meu esposo, e perguntou: "vocês são da Índia, né?" Respondi que eu era brasileira, e ela prontamente me disse que a colega de trabalho dela adoraria me conhecer pois ela amava a Índia e dizia que o sonho dela era casar com um indiano. 

Claro que não sei a opinião da maioria das pessoas, mas posso dizer que a roupa indiana por mais exótica que seja, as pessoas no Brasil gostam, acham bonita. 

Você também usaria no Brasil? Quais as roupas indianas você mais gosta? Eu gostaria de conhecer mais histórias e opiniões.
A minha experiência foi simples mas o suficiente para perceber que a roupa indiana é muito diferente e usá-la no Brasil sem sombra de dúvidas, rende muitas histórias e elogios.

Gosto de misturar a roupa indiana com nosso estilo, geralmente um jeans.

Fiz esse post porque já conheci muita gente que tem roupa guardada e nunca usa. Ou então compra alguma coisa numa viagem, ganha de presente e depois não tem coragem de usar no Brasil porque tem vergonha, acaba dizendo "não tenho lugar para usar isso".

Vou lhes contar um pequeno caso. Conheci um casal que foi para a Índia e esse casal comprou algumas roupas indianas. Após o retorno do casal ao Brasil, o marido da moça costumava dizer que ela estava "chique demais para ir só ali" e não a deixava usar as batas outrora compradas na Índia. Lembro que a esposa dele ficava aborrecida porque muitas vezes o marido a impedia de usar. Isso porque eram roupas mais modernas, "ocidentalizadas" compradas em Mumbai. Não eram modelos etnicos. As camisas de seda que o marido dela também havia comprado nunca foram usadas, as Caxemiras eram apreciadas dentro do guarda-roupas e não saíam de lá, no máximo eram exibidas com orgulho, um sorriso largo transparecendo a felicidade de ter uma peça daquela no armário mas  após alguns minutos as peças voltavam para as gavetas.

Qual o prazer de ter algo e não usar? Tenho certeza de que nesse momento alguém que está lendo esse texto  não tem coragem de usar alguma coisa do guarda-roupas, ou sente vergonha por ser diferente ou pensa que não tem lugar para usar.

Tem aqueles que não usam as coisas para não estragar. Mas é melhor estragar com o uso e ter boas lembranças, do que ver uma blusa, um perfume, um brinco estragando sem lembranças, sem fotos de recordações, sem vida. Mesmo guardadas as coisas se deterioram, estragam. Quem nunca guardou alguma coisa com tanto carinho e quando decidiu usar depois de muito tempo viu que estava deteriorada em função do tempo?

 Não deixe de viver cada momento de sua vida em razão dos outros, não viva em função do que os outros irão pensar, se está chique demais ou diferente demais. Não deixe de usar seu perfume preferido, sua blusa diferente, seu brinco novo. Use pelo menos uma vez, use hoje mesmo para ir "só até ali".

Quem faz o momento é você. Pare de guardar tudo à espera do "dia especial" e diga a você mesma (o) que TODOS OS SEUS DIAS SÃO ESPECIAIS!

Abraços

terça-feira, 28 de março de 2017

Respondendo e-mail sobre cabelo e beleza

Mais uma dúvida publicada. A Bruna perguntou sobre o óleo de côco, óleo de amla, leite de rosas e açafrão. Se alguém quiser trocar mais informações, deixe seu comentário, participe.  





Olá!! Obrigada!!! 
O óleo de côco mais comum aqui no Brasil é o Copra, que é o côco de praia. Qualquer tipo de côco pode ser usado. Ele deve ser 100% vegetal.

Sobre o óleo de amla, não existe muita diferença. Acho o óleo de côco muito melhor e natural. O óleo de amla não é 100% puro, ele tem óleo mineral. Então prefira o óleo de côco, sem dúvidas. Até mesmo as indianas preferem o óleo de côco.

A água de rosas não conheço na internet, mas procure sempre da marca Dabur.

Sim o iogurte pode ser substituído por leite. Faça um teste antes numa pequena parte da pele para saber se não tem alergia ao açafrão, ok!

De nada
Abraços!!!

Respondendo e-mail: Gestos Indianos

Olá pessoal! Compartilho o e-mail da leitora Isabella, sobre alguns gestos indianos do vídeo Salaam Umrao Jaan.

Obrigada Isabella, por permitir a publicação do e-mail e assim ajudar aqueles que estavam com as mesmas dúvidas.





-------- Mensagem original --------
De : Star Star <cafecomchai@hotmail.com> 
Data: 20/04/2016 22:46 
Para:
Assunto: RE: BLOG 

Achei sua pergunta muito boa, resolvi postar no blog também! Se você me autorizar colocarei seu primeiro nome dizendo que o e-mail foi seu. Mas se você preferir não "aparecer" não mencionarei seu nome.
 Muitas pessoas também tem as mesmas dúvidas em relação a esses gestos.

 1) essa dúvida não é com relação aos gestos, mas às pinturas nas mãos, qual o significado delas?
As pinturas nas mãos são henna ou mehendi. As mulheres gostam de enfeitar as mãos com a henna nos dias de festa. As noivas fazem essas pinturas nos pés também. Não tem um significado único, para os indianos é algo feminino, delicado, e representa felicidade, festa. Henna é muito comum no Sul da Ásia e entre as mulheres árabes.

2) 0:50 - eu imagino que esse seja um cumprimento, mas tem alguma diferença com relação a "Namastê", por exemplo?
Esse cumprimento é o Salam (Salam Aleikum). É uma saudação comum entre os muçulmanos. A diferença é que o Namaste é um cumprimento entre os hindus e o Salam é o cumprimento entre os muçulmanos. 

3) 1:25 - a junção das duas mãos
Nesse momento ela pede que preste atenção nela, é um gesto comum entre os muçulmanos no momento da oração, e  na música esse gesto indica que ela está pedindo com respeito, sem dar ordens.  

4) 1:50 
Aqui ela diz "olhe pra mim", por isso passa o dedo perto do olho fazendo menção ao kajal que as mulheres aplicam para embelezar os olhos. 

5) 1:57 - os dedos na testa
Aqui ela dança como estivesse se enfeitando. Os dedos na testa ilustram o sindoor (uma tinta vermelha que a mulher casada aplica nessa região) ou a Tikka, que é esse enfeite na testa que as mulheres prendem no centro da cabeça.  

6) 3:08 - a mulher da esquerda quando faz um gesto ao lado da cabeça
Esse gesto é feito quando uma pessoa elogia a beleza de alguém. Para os indianos esse gesto elogia e tira mau olhado.

7) 5:01 
Desconheço.

Abraços!


Anvisa Proíbe Noz-da-Índia


Muitas pessoas já me perguntaram por e-mail sobre a famosa noz-da-Índia, recebe também o nome de kukui (Aleurites moluccanus), usada para emagrecimento aqui no Brasil. 
Eu faço comida indiana quase que diariamente e nunca vi uma receita que precisasse dessa noz-da-Índia como tempero.
Perguntei ao meu esposo e ele também nunca ouviu falar nessa semente.
Pesquisei um pouco mais e vi que existe outro tipo de planta, Chapeu de Napoleão, que é toxica, e vendida como se fosse noz-da-Índia. As duas sem registro na Anvisa. 

Vocês sabem que nunca recomendei essa noz aqui no blog, a desconheço e continuo não recomendando. Justamente por ser tóxica, ela tem efeito laxativo o que faz a pessoa perder muito líquido e assim ela acha que está emagrecendo. 



Àquela época não havia regulamentação sobre essa noz aqui no Brasil, mas agora a Anvisa deixou bem claro: está proibida. 
Primeiro, porque aquilo que estão vendendo aqui não é a noz-da-Índia verdadeira. Estão vendendo Chapeu de Napoleão no lugar da noz-da-Índia. Segundo, a semente é toxica. 
Kukui como também é conhecida a noz-da-Índia, é muito comum na Malásia, Hawaii, Índia e o seu óleo é usado para os cabelos e pele. Mas não é indicado para a ingestão, muito menos com a intenção de emagrecer.

"A partir desta terça-feira, dia 7 de fevereiro, por determinação da Anvisa, fica proibida, em todo o território nacional, a fabricação, a comercialização, a distribuição e a importação de Noz da Índia (Aleurites moluccanus) e do Chapéu de Napoleão (Thevetia peruviana) como insumos em medicamentos e alimentos e em quaisquer formas de apresentação.
A Anvisa tomou como base para a sua decisão as evidências de toxicidade e a ocorrência de três casos de óbitos no Brasil associados ao consumo de “Noz da Índia” (Aleurites moluccanus), também chamada de Nogueira de Iguape, Nogueira, Nogueira da Índia, Castanha Purgativa, Nogueira-de-Bancul, Cróton das Moluscas, Nogueira Americana, Nogueira Brasileira, Nogueira da Praia, Nogueira do Litoral, Noz Candeia, Noz das Moluscas, Pinhão das Moluscas.
A decisão da Anvisa também está baseada na Nota Técnica  001/2016 emitida pelo Centro Integrado de Vigilância Toxicológica do Estado do Mato Grosso do Sul (Civitox/CVA/SGVS/SES/MS), sobre casos de intoxicação pelo uso da “Noz da Índia”.
Também está proibida a distribuição e uso da planta “Chapéu de Napoleão” ou  “jorro-jorro” (Thevetia peruviana), cujas sementes se assemelham àquelas da planta “Noz da Índia”. Essas sementes, quando ingeridas, também são tóxicas e seu uso é proibido em diversos países.
A medida sanitária aplicada pela Anvisa ao consumo dessas sementes, em qualquer forma de apresentação, proíbe também a divulgação, em todos os meios de comunicação, de medicamentos e alimentos que apresentem estes insumos.
A decisão da Anvisa acata a Nota Técnica  001/2016 emitida pelo Centro Integrado de Vigilância Toxicológica do Estado do Mato Grosso do Sul (Civitox/CVA/SGVS/SES/MS), sobre casos de intoxicação pelo uso da “Noz da Índia”.
Os produtos denominados ou constituídos de “Noz da Índia” têm sido comercializados e divulgados  irregularmente com indicações de emagrecimento, por suas propriedades laxativas. Nunca houve registro na Anvisa de produtos à base desses dois insumos - Noz da Índia e Chapéu de Napoleão.
Resolução está disponível no Diário Oficial da União desta terça-feira."

Portal da Anvisa

Publicação no Diário Oficial da União

quarta-feira, 15 de março de 2017

Índia e Egito

O cinema indiano (Bollywood) faz tanto sucesso no mundo árabe, que uma música indiana foi introduzida em filme egípcio. Gostei muito da fusão das duas culturas.

Uma pena que o filme não tem legendas, ele está em árabe e o único link que encontrei com legendas faltava o final do filme então nem coloquei.

Se o youtube tirar do blog você pode conferir no link do próprio youtube https://www.youtube.com/watch?v=OKvSC6i79fU
Confira aqui a música
Diretor Musical: Gaurav Dagaonkar
Vocais: Gaurav Dagaonkar, Tarannum Malik
Letra: Anurag Bhomia
Arranjos: Nilesh Dahanukar
Programação complementar: Tanveer Singh Kohli

Trailer do Filme 





quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Não podemos julgar valores culturais

Pois é esse assunto de turbante está dando o que falar. Ativistas que defendem a apropriação cultural gostam de exigir respeito ao  uso do turbante. 

O que eu não entendo é o significado do respeito ao turbante para o povo brasileiro. Da forma que nos passam, o turbante não é  usado somente para enfeitar a cabeça, ele é uma identidade fisica e  de caráter. 

Não Me refiro a quem pode e quem não pode usar, pois existe diferença entre faixa, lenço inspirado em turbante e o turbante propriamente dito. 
Me refiro apenas à maneira  diferenciada de respeitar um turbante. 

Na cultura indiana o turbante é algo de respeito, usado por pessoas de determinadas religiões como Sikh por causa da influência persa, Hindu e também no dia do casamento pois os marajás usavam turbante. Ele é tão importante que um indiano não fuma um cigarro na presença de um homem de turbante para não faltar ao respeito e tantas outras coisas. 

O turbante deve ser dobrado e lavado de um jeito especial. Quem usa turbante não fica em bares bebendo ou fumando em público. Então esse é um pouco do que conheço no dia a dia de um asiático de turbante. 

Mas  aqui no Brasil as pessoas usam em bares , colocam um turbante e se acham o maximo com um cigarro na mão  e um copo de cerveja na outra. Para um indiano isso é falta de respeito. Então como exigem respeito  se aqueles que  usam não  respeitam a si mesmos? Os valores mudam de uma cultura para outra, não é Verdade??!!! 

Veja só que interessante: no Brasil você não pode achar um turbante bonito mas  a "emponderada"  pode usar na balada, beber e fumar com ele que está tudo certo. 

Até quando as pessoas continuarão discutindo só para saber quem tem mais razão? 

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Vídeo indiano motivacional

Olá!! Hoje é a primeira tradução para o português do trecho de um cântico  sagrado Sikh aqui no blog. 

Português: 

Eu sou um sacrifício do Guru, aquele que recita os sermões dos ensinamentos de Deus. 

Sou para sempre um sacrifício para aquele Guru, que me levou a servir ao Senhor. 

Esse Amado Guru Verdadeiro está sempre comigo; Onde quer que eu esteja, Ele me salvará. 

O mais abençoado é aquele Guru, que comunica o entendimento do Senhor.

Ó Nanak, eu sou um sacrifício para o Guru, que me deu o Nome do Senhor, e cumpriu os desejos de minha mente.


Dhan Teri Sikhi

I am a sacrifice to the Guru, who recites the sermon of the Lord's Teachings.


this gur ko sadh balihaaranai jin har saevaa banath banaaee ||

I am forever a sacrifice to that Guru, who has led me to serve the Lord.


so sathigur piaaraa maerai naal hai jithhai kithhai maino leae shhaddaaee ||

That Beloved True Guru is always with me; wherever I may be, He will save me.


this gur ko saabaas hai jin har sojhee paaee ||

Most blessed is that Guru, who imparts understanding of the Lord.


naanak gur vittahu vaariaa jin har naam dheeaa maerae man kee aas puraaee

O Nanak, I am a sacrifice to the Guru, who has given me the Lord's Name, and fulfilled the desires of my mind. ||5||
Abraços!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Olá!

Como estão?? Há alguns dias não atualizo o blog, e para quem costumava escrever diariamente, faz muita diferença. Sinto como se estivesse meses sem aparecer por aqui. 

Acontece que estou num dilema comigo mesma. Não tenho tido muita inspiração para escrever, até tenho assunto, mas tenho tantas coisas na cabeça que não consigo me dedicar nem em uma coisa e nem em outra. 
Fico pensando "estou pesquisando e escrevendo no blog mas preciso fazer tantas outras coisas.." aí as horas passam e quando vejo o dia passou voando e eu não fiz tudo o que eu queria. Não me sinto tão produtiva o quanto eu era antes, talvez seja a hora de pisar no freio e mudar a lista de prioridades. 

Eu estava dependente da internet, mas não sou uma pessoa que vive de internet, por isso preferi dedicar mais tempo em outras coisas fora do blog e relaxar. Admiro aqueles que conseguem mostrar até o que comem no café da manhã fazendo disso uma profissão mas eu não tenho  paciência para fazer o mesmo.  Eu gostaria, já pensei em abrir canal no youtube, já pensei em abrir página no Face..já pensei em tantas coisas e tantos assuntos, mas sabe quando o cérebro não descansa? Me sinto assim. E mesmo quanto ao blog ou instagram, não consigo descansar a mente, sempre que vejo algo penso que dará um ótimo post quero dividir tudo mas ao mesmo tempo penso nos outros afazeres e isso tem me deixado doida até com um sentimento de culpa por não me dedicar a outras coisas como deveria. 

Estou num dilema, escrevo ou não escrevo. Tiro umas férias da internet ou continuo. 

Então, não estranhem minha ausência pois farei uns dias de teste para ver se consigo aumentar minha produtividade, fazer meu dia render e ver onde é que preciso melhorar. 

Beijos!!




quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Quando passei a enxergar a minha cultura

Já houve um tempo em que eu achava que brasileiro não tinha cultura. Sempre achei nosso jeito de ser meio bagunçado, uma mistura de culturas e por isso cada um vivia de um jeito. Sempre admirei a cultura oriental, em especial a indiana. Parece que eles tem tudo escrito numa cartilha e seguem à risca e isso me fazia pensar, erroneamente, que nós não temos nossa própria cultura e estilo de vida.

Conviver com outra cultura (como a indiana) fez eu abrir os olhos para a minha e vi o quanto mantemos nossas tradições, nosso estilo de vida que não nos diminui.

Nós temos o costume de dizer "bom dia", "boa tarde" e "boa noite" ao encontrarmos alguém. Para os indianos isso é muito formal e não é usado no dia-a-dia.

Temos nosso próprio jeitinho de tomar café da manhã: pão com manteiga, café com leite, suco, vitaminas, iogurte. Os indianos comem parontha (pão indiano com batata, pimenta etc), iogurte, lassi, chai.

O Natal ainda é o feriado mais celebrado em nosso país. O Natal na Índia não tem tanta festa, nem é feriado como aqui.

Nós comemoramos o ano novo do calendário gregoriano com muita festividade. Os indianos não comemoram 31 de dezembro com a mesma euforia que a nossa ou não tão em família como fazemos. Os homens saem às ruas para beber então não é comum as pessoas saírem com a esposa e filhos para ver uma queima de fogos na rua.
O ano novo deles é do calendário hindu (calendário lunar) e seria o Diwali. Aqui no Brasil temos várias superstições, gostamos de vestir branco, amarelo, cada cor corresponde a uma energia. Muitas pessoas gostam de passar o ano novo na praia, pular ondas, outros comem lentilha.. Temos os pratos típicos de natal e ano novo como peru, arroz com passas, panetone, e champanhe. Na Índia não é assim.  No Brasil é a época que as famílias viajam, se encontram, os amigos convidam para jantar ou almoçar com eles. A pessoa pode nem ser cristã, mas entra no clima de final de ano.

Você já deve ter ouvido falar que os indianos são "muito família". Mas se pensarmos bem, nós também somos mesmo diante do caos que vive nossa sociedade. Temos Dia das Mães, é muito comum as pessoas almoçarem na casa das mães.
Temos Dia dos Pais, época que os restaurantes estão lotados pois muitos gostam de levar o pai para jantar. Dia das Crianças, que apesar de ser uma data muito voltada ao sentido "comercial" não deixa de celebrar a alegria dos pequenos.
Também temos o Dia dos Namorados, que inspira o romance e renova a paixão entre os casais. Na Índia, Dia dos Namorados é praticamente inaceitável.
Eles tem algumas datas que também comemoramos aqui como o Dia dos Pais e das Mães, mas comemoram de um jeito mais tranquilo.
Diante disso, chego à conclusão de que também somos "família" ou pelo menos lutamos pela manutenção dela.

Tem também o famoso churrasco onde as pessoas levam comes e bebes, colocam uma churrasqueira na calçada e curtem o final de tarde. Na Índia não tem disso não.

E por último, gostaria de citar o que eu mais gosto no nosso Brasil e não é tão comum em países do Oriente: o badalar de um sino de igreja.
Sempre admirei o famoso "chamado para oração" que as pessoas gostam de colocar na internet. Mas com o tempo passei a admirar aquilo que está presente no nosso dia-a-dia e não damos valor porque parece tão comum. O badalar de um sino que se mistura ao som de automóveis e barulhos de uma cidade grande. Como me sinto bem ao ouvir o sino de uma igreja! Claro que existem igrejas na Índia, mas não em todos os bairros como temos aqui.

Então é isso, temos nossas tradições, nossos costumes. Confesso que antes eu não enxergava desse jeito.

Admiro muito a cultura indiana mas não posso ignorar a cultura brasileira e desprezá-la. Nenhuma cultura é perfeita. Onde a brasileira falha, a indiana complementa e vice-versa. As culturas nunca podem ser analisadas individualmente. Cultura não se divide, se agrega.

Abraços!!!