sábado, 17 de outubro de 2015

Como era um harem

 Muitos imperadores mughals da Índia tiveram tiveram muitas esposas e muitas concubinas. Por exemplo Jahangir tinha no mínimo vinte esposas ​​e centenas de concubinas. Durante o governo de Akbar o harém continha nada menos que cinco mil mulheres.


A palavra Harem veio do árabe e significa um "lugar proibido; sacrossanto, santuário", e etimologicamente relacionado com o árabe Harim, "um lugar sagrado inviolável; membros femininos da família" e  Haram ", proibido; sagrado". Ele passou a significar um grupo das mulheres no que é geralmente uma família polígama e locais segregados que são proibidos aos homens. Haréns eram compostos por mulheres, parentes do sexo feminino, concubinas e crianças.
en.wikipedia.org

O harém não era somente um lugar onde as mulheres viviam enclausuradas. Os bebês eram nascidos e crianças cresciam lá. Dentro do recinto do harém haviam mercados, bazares, lavanderias, cozinhas, parques infantis, escolas. O harém tinha uma hierarquia, as suas autoridades principais eram as esposas e parentes do imperador e abaixo desses eram as concubinas.  As mães, madrastas, tias, avós, irmãs, filhas e outros parentes do sexo feminino viviam no harém. Haviam também damas de companhia, servas, empregadas domésticas, cozinheiras, mulheres oficiais e guardas.

O harém do Império Mughal era protegido por três tipos de vigilância. O primeiro tipo eram de tártaros e uzbeques, mulheres treinadas com lanças e arcos. Em seguida vieram os eunucos, cujo trabalho era manter a disciplina no harém; eunucos foram meninos recrutados e castrados quando crianças ou recebidos como presentes de otomanos e reis norte-africanos.

A maioria das mulheres no harém Mughal eram meninas nativas da Índia. Muitos governantes locais de estados vassalos enviaram suas filhas para o Harem Mughal para reforçar relações políticas com o império. Os Mongóis preferiam da Ásia Central, as meninas afegãs e persas, estas foram as principais esposas e concubinas. As meninas persas, georgianas e armênias faziam parte da dinastia persa de Safavid.

Embora lembrado principalmente por sua abordagem liberal à religião, um imperador da Índia, Akbar, era tipicamente Mughal em suas atitudes para com as mulheres, a quem ele colecionou mulheres quase da mesma maneira que um filatelista acumula selos. Em esplendor, o harém real em Fatehpur Sikri  teve cerca de cinco mil mulheres, guardadas por uma legião de eunucos. Suas portas foram fechadas para pessoas de fora.

O tamanho do harém de Akbar cresceu em proporção direta ao seu império. A cada nova conquista, a ele era oferecido pelos governantes derrotados e seus nobres as mais belas filhas, que, juntamente com as suas servas, seriam instaladas no real luxuoso zenana. Ao todo, o imperador deve ter tido trezentas mulheres; depois, um número grande de concubinas (Kaniz), dançarinas (kanchni) e escravas (Bandis), ou "donzelas com o corpo cinza (de pratas) e tranças almiscaradas" como um cronista descreveu aquelas adquiridas nos mercados em toda a Ásia. Essas mulheres viam o público através das janelas furadas e vinham dos quatro cantos do império Mughal, assim como afegãs, turcas, iranianas, árabes, tibetanas, russas e Abyssinians, e até mesmo um Portuguesas, enviadas como presentes ou tributo.

Os eunucos que viviam lá  vieram de forma semelhante, ou seja, também tinham diversas origens. Enquanto alguns eram hermafroditas, outros tinham sido violentamente castrados, seja como punição por derrota no campo de batalha, ou após ter sido doado por seus pais como pagamento retroativo da receita - um costume muito comum na época.

Akbar consumia grandes quantidades de vinho persa ( destilado de cana-de-açúcar), bhang e ópio. As festas realizadas no harém, bem como ligações sexuais realizados no topo pavilhão da Panch Mahal e na própria zenana, teriam ocorrido sob os efeitos dessas substâncias. Ao longo do tempo, formas hedonistas de Akbar provocaram a desaprovação de seus mais altos clérigos - o Ulema. O Alcorão  limita de forma expressa o número de esposas que um homem pode tomar para si, ou seja, no máximo quatro, mas um versículo também admite uma forma inferior de casamento, mais como um pacto informal, que poderia ser celebrado com os não-muçulmanos. O abuso de Akbar desta lei  foi duramente criticado por seu sacerdote-líder sunita durante suas dissertações religiosas.

Como a vida deve ter sido para as mulheres que viviam no harém de Akbar só posso imaginar, mas sabe-se que o alcoolismo e dependência de drogas foram generalizadas, e que alguns homens também arriscaram suas vidas para conduzir negócios ilícitos com os amantes do sexo disfarçados como médicos ou sob véus muçulmanos pesados.

Na verdade o harém era uma prisão dourada porém mulheres no zenana eram imensamente ricas em seu próprio direito, e exerciam enorme influência. A esposa de Jahangir, Nur Jahan, praticamente deu seguimento ao império por trás da tela de purdah também conhecida como burca ( é a prática de impedir as mulheres de serem vistas pelos homens que não sejam seus parentes diretos) durante os últimos cinco anos do reinado de seu marido doente.

Exemplo de purdah www.talesoftheveils.info

Exemplo de purdah

Em parte como resultado do dinheiro e do poder à disposição das mulheres, ciúmes no harém também eram comuns, e o trabalho de manutenção da ordem e tranquilidade entre as milhares de mães, tias, parentes adotivas do imperador e todas as esposas, esposas menores, amantes, músicas, dançarinas, amazonas e escravas, era uma grande preocupação. Um cronista da corte de Akbar ironicamente observou: "O governo do reino é uma diversão, mas em comparação com tal tarefa, é dentro do harem que a intriga acontece".

Muita gente imagina glamour, muita gente imagina sofrimento. Eu acredito que havia um pouco de tudo, mas nada se compara a liberdade.







Leia mais:
https://en.wikipedia.org/wiki/Harem

http://www.roughguides.com/destinations/asia/india/uttar-pradesh/fatehpur-sikri/akbars-harem/#ixzz3o4vnUYzz





7 comentários:

  1. Star sumida que bom que apareceu! Senti sua falta rs, misericórdia cada coisa que já se passou e ainda se passa nesse mundao velho, meu Deus, colecionar mulheres, imagino que elas eram tidas como animais de estimação só dando cria para vender os filhotinhos, e devia ser um fuzuee mesmo, pq até hj podemos ver q onde tem mulheres de mais juntas sempre sai B.O heheh, bjs e não some e se souber algo sobre o conflito q os sikh estão enfrentando na Índia se puder falar algo. Bye

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    1. Oi Claudia, tudo bem?? Desculpe o sumiço, obrigada pelo carinho!! Também senti muita falta do blog e de voces que sempre deixam um recadinho!

      Viu só que coisa doida, o ser humano é imprevisível, quando a gente pensa que já viu de tudo sempre aparece mais um louco! rs Infelizmente as mulheres sempre pagaram um preço muito alto.

      Vou colocar algo sobre os sikhs, infelizmente a situação lá está ficando feia, diz o meu marido que vai ficar pior pois os sikhs já enfrentaram um momento crítico chamado "Operação Blue Star" em 1984 por ordens de Indira Ghandi o exército cercou os templos, não deixou as pessoas saírem e mataram centenas de sikhs dizem que ao todo milhares, incluindo muitos inocentes que tiveram suas casas invadidas pelo exército.

      O governo colocou sikhs contra sikhs e já tem exército nas ruas de Jalandhar e isso não é bom sina pois pelo que parece tudo está se repetindo..

      Beijos

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    2. Nossa! Eu realmente vi algumas postagens no face comparando o que está acontecendo na atualidade com o ocorrido em 1984, mas não entendi muito do que se tratava os textos em geral estão escritos em punjab ou hindi, e vi muitas imagens de feridos e homenagem a alguns mortos, muito triste. Obrigada pelas informações Star beijos.

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    3. De nada. Dessa vez tudo começou quando alguém rasgou as páginas do livro sagrado dos sikhs dentro de um templo e a população está dizendo que o governo que pagou para alguém fazer isso, dizem que fizeram isso de propósito com intenções políticas.

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    4. Nossa! Acho q possa ter alguns mals entendidos nessa história e está repercutindo desta forma, mas é tudo tão complexo quando se envolve política e religião, muito difícil isso espero que se resolva rápido isso e não tome proporções maiores.

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  2. OI, Star!!!Que texto maravilhoso!!Vou compartilhar la na minha pagina do Facebook! O pessoal vai adorar! Nem imagino a loucura que devia ser a vida no Harem. Alias, li um livro sobre uma ex-princesa do Marrocos que foi criada com as concubinas e ela retratava como era a vida no Harem. Mas, foram baseadas em suas lembrancas de crianca, entao, era algo bem singelo e puro. Mas, ela sempre comentava sobre as disputas entre as concubinas e tal. O nome do livro eh: Eu, Malika Oufkir, prisioneira do rei. Livro sensacional!!!Beijos

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    1. Olá Juliana, tudo bem?
      Obrigada!! Fique a vontade para compartilhar! Também fiquei imaginando a loucura que deve ter sido a vida no Harem, imagine as disputas, rivalidade, inveja.. acho que enlouqueciam rs já vi algo sobre esse livro mas não sabia exatamente do que se tratava..vou procurar, adoro leitura desse tipo!
      Beijos!!

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