Rótulos, nossa sociedade é formada por rótulos.
Quando não conhecemos o íntimo das pessoas, a aparência delas é o cartão de visitas. Quantas vezes ouvimos dizer "as aparências enganam", e é aí que está o perigo seja numa entrevista de emprego ou num primeiro encontro, vou explicar:
Logo que passei a seguir a cultura indiana, tudo era lindo, eu queria usar todas as roupas do meu enxoval, queria curtir aquele momento com maquiagem, pulseiras, roupas...eu queria ver meu esposo feliz e ele adorava me ver vestida daquele jeito. No início eu não me importava com os olhares, mas no Brasil as pessoas sempre nos viam como estrangeiros. Com o tempo, meu marido aprendeu português, e sentia necessidade de se sentir aceito, e não apenas acolhido.
Eu me lembro de um programa de televisão que mostra a vida dos imigrantes no Brasil quando uma africana disse: " você se sente brasileiro, até alguém te lembrar que você é estrangeiro". Essa frase me marcou, porque isso acontece direto com meu esposo. As pessoas brincam "ahh você já é brasileiro!!" e ele se sente um de nós mas quando o assunto muda, essas mesmas pessoas dizem "ahh mas você é estrangeiro, você não é brasileiro".
Quando um estrangeiro escuta essa frase "mas você é estrangeiro, você não é brasileiro" automaticamente ele se sente excluído, isolado, e todo o processo de adaptação é abalado. Ele se sente um jogador do time reserva: faz parte de um grupo mas não pode participar.
Percebi que sempre que me visto como brasileira (com roupas ocidentais) o índice de frases (como a citada acima) é baixo. Quando as pessoas me vêem como brasileira, dificilmente julgam meu esposo por ser estrangeiro. Nos mercados, bancos, repartições públicas, ninguém olha para ele de um jeito diferente mesmo com o sotaque. As pessoas pensam que ele é algum gringo que está aqui há muitos anos e já é um de nós. Ninguém quer saber de nossa vida, de onde ele é. Ele é tratado como brasileiro.
Por outro lado, quando me visto com alguma blusa indiana, ou somente o bindi muita coisa muda. As pessoas olham para mim e olham para ele, olham para mim novamente, e mais uma vez para ele....e já o recebem como uma pessoa diferente, o tratamento muda, é educado, porém formal. O assunto também muda, as pessoas perguntam de onde somos, o que ele está fazendo no Brasil, como veio parar aqui, há quanto tempo vive aqui etc Mesmo eu sendo brasileira, o tratamento muda e sempre alguém reforça que ele é estrangeiro e o cumprimenta com "salamaleikum".
Faça um teste, como você vê os casais abaixo?
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Por isso resolvi mudar, as roupas que visto e a maneira que me comporto é a forma que meu marido é visto pelos brasileiros. Incluí mais o estilo ocidental no meu guarda-roupas. Isso foi necessário para facilitar o dia-a-dia. As pessoas primeiro olham para mim e depois tiram as conclusões a respeito dele, como um espelho. Esse tipo de comportamento para mim ainda é um mistério, mas fica a dica para quem precisa ajudar o estrangeiro a se adaptar no Brasil.
Para aqueles que tem um amigo ou marido estrangeiro, evitem mencionar toda hora a frase "mas você é estrangeiro" ou "mas você não é brasileiro" porque todas as vezes que ele se sentir excluído nunca se sentirá um de nós e o processo de adaptação será mais lento.
Abraços
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ResponderExcluirColocando a barba de molho :(
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ResponderExcluirOi minha querida, isso e bem vdd. Eu acho que devemos nos adaptar ao pais onde vivemos. Eu nao uso roupas tipicas do Paquistao aqui na Irlanda. Uso shalwar kameez qdo vamos visitar amigos do meu marido e so. Ele tbm nao usa roupas tipicas. Assim nossa vida fica mais facil. Eu sou bem sincera com vc, jamais aguentaria me vestir com roupas tipicas da cultura dele o tempo todo. O maximo que faco e vestir shalwar kameez dentro de casa no verao por ser confortavel e pratico. Acho as roupas bonitas mas desnecessarias qdo usadas fora da cultura deles. Nao vou nem faar daquelas que se cobrem da cabeca aos pes pq desde sempre acho totalmente desnecessario e em alguns casos deveria ser proibido. Mas isso e um outro assunto kkk. bjiimm
ResponderExcluirwww.colorindoavidaa.com
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Sempre maravilhosos seus textos, parabéns!!!!!
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