Pois é esse assunto de turbante está dando o que falar. Ativistas que defendem a apropriação cultural gostam de exigir respeito ao uso do turbante.
O que eu não entendo é o significado do respeito ao turbante para o povo brasileiro. Da forma que nos passam, o turbante não é usado somente para enfeitar a cabeça, ele é uma identidade fisica e de caráter.
Não Me refiro a quem pode e quem não pode usar, pois existe diferença entre faixa, lenço inspirado em turbante e o turbante propriamente dito.
Me refiro apenas à maneira diferenciada de respeitar um turbante.
Na cultura indiana o turbante é algo de respeito, usado por pessoas de determinadas religiões como Sikh por causa da influência persa, Hindu e também no dia do casamento pois os marajás usavam turbante. Ele é tão importante que um indiano não fuma um cigarro na presença de um homem de turbante para não faltar ao respeito e tantas outras coisas.
Não Me refiro a quem pode e quem não pode usar, pois existe diferença entre faixa, lenço inspirado em turbante e o turbante propriamente dito.
Me refiro apenas à maneira diferenciada de respeitar um turbante.
Na cultura indiana o turbante é algo de respeito, usado por pessoas de determinadas religiões como Sikh por causa da influência persa, Hindu e também no dia do casamento pois os marajás usavam turbante. Ele é tão importante que um indiano não fuma um cigarro na presença de um homem de turbante para não faltar ao respeito e tantas outras coisas.
O turbante deve ser dobrado e lavado de um jeito especial. Quem usa turbante não fica em bares bebendo ou fumando em público. Então esse é um pouco do que conheço no dia a dia de um asiático de turbante.
Mas aqui no Brasil as pessoas usam em bares , colocam um turbante e se acham o maximo com um cigarro na mão e um copo de cerveja na outra. Para um indiano isso é falta de respeito. Então como exigem respeito se aqueles que usam não respeitam a si mesmos? Os valores mudam de uma cultura para outra, não é Verdade??!!!
Veja só que interessante: no Brasil você não pode achar um turbante bonito mas a "emponderada" pode usar na balada, beber e fumar com ele que está tudo certo.
Até quando as pessoas continuarão discutindo só para saber quem tem mais razão?
Veja só que interessante: no Brasil você não pode achar um turbante bonito mas a "emponderada" pode usar na balada, beber e fumar com ele que está tudo certo.
Até quando as pessoas continuarão discutindo só para saber quem tem mais razão?
Oi Star,
ResponderExcluirÓtima colocação! As pessoas jugam muito do que não têm conhecimento!
Beijos,
Ana
http://www.viagensebeleza.com/
Obrigada, Ana!!! Verdade, julgam sem saber e ainda se sentem donos da razão!
ExcluirBeijos
Santa ignorancia deste povo, ne?? Adorei o texto. Voce disse tudo, Star. Beijos!
ResponderExcluirOlá! Tenho uma dúvida. Usar delineado à moda indiana ou jóias que remetam àquelas usadas na Índia ou Oriente Médio é apropriação cultural ou desrespeito?
ResponderExcluirNão há problema nenhum quanto à maquiagem e joias. Porém existem uma joias que tem significado diferente para eles, então cuidado para não usar uma joia de mulher casada se for solteira Ou afastará todos os seus pretendentes rsrsrs
ExcluirBom, sobre o exacerbado respeito ao turbante na Índia...tem muito turbantudo beberrão, fumarrão, fanfarrão e etc. Inclusive por lá. E muito indiano que faz o que estiver afim na presença de homens de turbante, sim. Pelo ou menos foi o que eu observei das vezes que estive lá e soube de relatos de brasileiros que vivem lá e conhecem a realidade além dessa aura de religiosidade (fajuta) da Índia. Eu convivi com sikhs que faziam coisas que eu, brasileira, crescida em uma cultura aberta, não faço. Quanto à apropriação cultural, sei que o turbante faz parte da história tanto de povos asiáticos quanto africanos. Esse assunto é muito complexo. Mas eu acho que se faz necessário mais conhecimento. Um exemplo: se você está na Índia, será que é legal, caso vc seja solteira, sair por aí de sindoor no couro cabeludo? Aquilo é um símbolo para os indianos. Acho que, sabendo da sua solteirice, as indianas se sentiriam ofendidas, sim. É mais ou menos por aí, compreende? Eu sou gorda. Quando vejo aquelas mulheres super magras falando "nossa, eu to muito gorda", eu penso "caramba, lutei desde a adolescência contra gordofobia pra esse povo magro agir assim". Eu também não entendia coisas básicas como a diferença entre apropriação cultural e assimilação cultural e etc, mas me curei da minha ignorância conversando com pessoas negras e estudando sociologia escrita por pessoas negras. A melhor forma de se curar de certas coisas é buscar o conhecimento e conversar com as pessoas diretamente afetadas por aquele assunto. Isso muda muita coisa.
ResponderExcluirMas é justamente isso, o conceito muda de um lugar para outro e depende de cada pessoa. O que é respeito aqui e o que é respeito em outra cultura? sim também já conheci indiano de turbante que não valia nada, mas culturalmente falando, excluindo os que vivem de fachada, a forma de demonstrar respeito muda de uma cultura para outra. O sindoor por exemplo, o maximo que pode acontecer é acharem que ela é casada, assim como uma pessoa solteira que usa aliança, não chega a ser uma ofensa. O maximo que pode acontecer é a própria pessoa se prejudicar por isso, pensarem que ela é casada enquanto leva uma vida de solteira em busca de pretendentes. Socialmente pode ser constrangedor mas acho exagero ditarem regras como fazem por aí. Ou se virmos um indiano com crucifixo como já vi usar por moda, claro que não é aconselhável mas O maximo que pode acontecer é ser confundido com cristão.
ResponderExcluirUm colar preto na Índia é símbolo de casada, para a gente não é nada. Minha amiga comprou um mangalasutra na Índia sem saber o significado e por onde ela passava, recebia elogios e cumprimentos pelo colar. Ela me mostrou o colar toda orgulhosa, até que eu expliquei porque as pessoas a cumprimentavam toda hora, porque achavam que ela havia se casado com algum indiano! Rsrsrs foi constrangedor para ela mas não foi de fato uma ofensa aos indianos porque nem ela o que um colar preto e dourado significava no hinduísmo. O colar foi vendido mas ninguém disse que ela não poderia usar.
Acho errado como fazem os brasileiros, se doem por tudo e dizem que fulano não pode usar. O certo é ter bom senso para não passar vexame. Acho que situações assim causam mais vergonha em quem usa do que ofensas em quem vê. Se as pessoas vissem por esse lado saberiam lidar melhor com o significado dos elementos das outras culturas. Quando algo é proibido, todo mundo quer afrontar. Mas quando envergonha ou causa "saia justa" como o caso dessa minha amiga, a atitude muda e a pessoa entende na mesma hora, ninguém precisa forçar ela a parar de usar.
É um assunto complexo com inúmeros pontos de vista, mas as pessoas aqui no Brasil comparam o turbante com símbolos de culturas anquitissimas. E aqui no Brasil nunca tivemos a cultura do turbante, só agora que as pessoas ganharam o gosto por ele e ganhou popularidade no nosso país. E o que muitos não entendem, é que o turbante distingue religião, hierarquia, classe, até pela forma de amarrar. Nos sabemos qundo é um turbante hindu, Sikh, do Rajastão, árabe.. Mas aqui no Brasil o povo implica com todos os tipos de turbantes, ou seja, nem uma forma específica de turbante "brasileiro" temos. Então, por qual turbante tanto brigam? Rsrs
Abraços
Considerando-se que na Índia vi indiana rindo de estrangeira que comprou jhumkas, eu tenho certeza que uma mulher que todos sabem ser solteira, usando sindoor, arrancaria umas boas risadas das indianas. E outras se sentiriam ofendidas, sim. Sobre apropriação cultural, de fato, ela existe. No Brasil, a cultura européia é supervalorizada e isso prova que até existe uma hierarquia cultural. Mas o que você (e muitas outras pessoas) precisam (se quiserem) entender é que, por exemplo, se um negro usa guias de candomblé, ele é taxado de macumbeiro. Se um branco as usa, é considerado fashion. Isso faz com que o retorno do uso do símbolo cultural venha de forma esvaziada de sentido. E quanto à moça negra que, no metrô de Brasília, foi rechaçada pelas pessoas que ali estavam? Sempre que um negro passa por esse tipo de coisa, a veracidade dos acontecimentos é questionada. Já com um branco...Eu penso da seguinte maneira: se eu não puder ajudar a pessoa na luta dela, não vou sair por aí falando coisas que a invalidem. A fachada do uber respeito à cultura e religiosidade indiana existe, sim, e não pode ser negada. Também existe em outros lugares, mas citei a Índia porque conheço e convivi de perto com a hipocrisia deles. O que me deixa intrigada é ver que, no Brasil, as pessoas combatem com veemência e paixão a apropriação cultural, sem entender de verdade do que se trata. Por isso, em todo caso, a melhor coisa a se fazer é se informar e filtrar as informações, de modo que possam ser veiculadas com qualidade às pessoas. Eu não sou contra pessoas brancas que usam turbante. Sou contra, por exemplo, empresas que se apropriam do valor cultural de certos símbolos para obter lucro vazio. É preciso entender que, ao longo da história, a indústria da moda e as sociedades conferiram vários privilégios às mulheres caucasianas quando estas se apropriaram do turbante. Para as brancas, é uma questão de moda. Para as negras, representa empoderamento e resistência. O problema é que, geralmente, as mulheres brancas o usam sem entender o que representa. O uso do turbante por negras sempre foi considerado perjorativo (macumbeira, tem que esconder cabelo ruim e etc) e por mulheres brancas, sempre foi considerado fashion e ousado. Na minha humilde opinião, caso sua experiência sobre o turbante não seja advinda de uma extensa luta contra o racismo e também uma luta para que elementos da sua cultura sejam aceitos socialmente, talvez seja melhor repensar certas coisas. Se você, como mulher branca, tiver a consciência do que o turbante representa para a mulher negra, que sempre foi esteticamente (pra dizer o mínimo) desvalorizada ao longo da história e assim sentir que quer usar um porque admira o que ele representa, tranqüilo. Bom, com tanta informação, não vale dizer que os negros se apropriaram de turbantes orientais, hein. ;) Sobre o brasileiro se importar demais, eu fico feliz que isso esteja acontecendo. Os indianos se importam de menos com quase tudo, e, convenhamos, o país deles, em termos de respeito ao ser humano, está muuuuuuuuuito pior que o nosso. Abraços.
ResponderExcluirAcredito que devemos primeiro debater o preconceito. Tudo isso acontece porque o preconceito racial existe e religioso também. O branco com guia de candomblé ou umbanda também é chamado de macumbeiro.
ExcluirEu uso bindi e as pessoas acham que sou estrangeira, ou que sou idólatra ou submissa ao marido. Já me disseram que não preciso usar porque estou no Brasil enquanto aquela que usa por moda ninguém fala nada. De fato, rótulos existem em todos os símbolos.
Nesse carnaval o que mais vi foi branca e negra de bindi indiano. Não sei de onde surgiu isso , mas uma enxurrada de mulheres com bindi para pular carnaval. Fica ridículo e acho que se a pessoa olhar por esse lado ela para de usar na hora pois ninguém gosta de passar vergonha. Não acho errado uma pessoa que gosta também querer usar, mas que entenda que isso não é fantasia, ou que pelo menos saiba o significado. Uma vez um senhor me viu usando bindi e me perguntou o que significava, porque a filha dele queria usar mas ele ouviu dizer que era símbolo de mulher casada, então não a deixou usar. Ele fez certo pois na duvida, melhor não usar. Ele entendeu que existe um significado sem ligar a cultura com cor de pele. Acho que os movimentos precisam debater com outros argumentos sem levar em consideração a cor da pele. Se reforçarem o significado sem gerar ódio entre negros e brancos, as coisas serão mais fáceis pois cultura não está na cor.
Quanto ao respeito tudo é relativo, nem todo mundo é igual. Vejo a forma que os indianos tratam minha família e meus amigos, é surpreendente. A maneira que respeitam os estudos, o professor, os mais velhos. Na nossa cultura respeitamos mais a natureza, as mulheres... cada cultura e país em desenvolvimento tem sua peculiaridade. Gostei da sua participação e seu ponto de vista, gosto de conhecer pensamentos diferentes, seja sempre bem vinda.
Abraços!!