quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Cansada

Não gosto de enrolar quando pretendo dizer o que sinto então vim contar que cansei de comentar em vídeos, blogs, ou qualquer coisa de internet. Tenho argumentado com tanta gente chata, arrogante, ignorante e estúpida, que não tenho mais vontade de participar de nenhum comentário.

Às vezes vejo um comentário em canal de Youtube ou qualquer outra coisa e penso em expor minha opinião ou dividir minha experiência, mas sempre recebo dos viewers resposta ácida, irônica de gente pretensiosa que não sabe ler ou ouvir uma opinião contrária. Não dá certo.

Pessoas que se preocupam demais com a vida alheia e só querem atacar, ridicularizar o próximo. Ninguém mais sabe desenvolver uma conversa saudável com diferentes pontos de vista na internet. Simplesmente atacam como animais. Sinto ojeriza a essas desocupadas donas da verdade. Cansei de desperdiçar minha energia com pessoas negativas. Cansei de desperdiçar meu tempo com essa gente fria e vazia. 

Outro dia vi uma mulher deixar um comentário no youtube de que esposas de indianos são tratadas como "princesas"por maridos que não as deixam trabalhar. Saiba mais no blog https://tabibitosoul.com/2016/11/12/as-princesas-perdidas/ 

Outra pessoa veio questionar minha idoneidade porque não uso fotos dizendo que a plataforma que uso "exige" isso, além de ter uma lista com outros blogs melhores e as mulheres usam foto. Quem é ela para dizer como devo ser? Chegou agora e já quer mandar? Tem gente que segue o Café com Chai há anos e nunca reclamou e essa moça pegou o trem agora e já quer sentar na janela. Faça-me o favor!

O que cansei é justamente isso: conversar com pessoas que se acham melhores do que os outros.

Preciso me afastar desses vampiros sugadores de energia. Essas pessoas não tem nada de bom a oferecer, não tem nenhum conselho bom para dar, não tem coisas boas para dividir, não tem conhecimento para dividir, nem histórias para contar então para quê ficarei nesse círculo?

Elas não querem fazer amizade e trocar experiências, só querem atacar, por isso não é bom ter contato porque elas dispersam a energia negativa delas para cima da gente e sugam a energia boa que nós temos. E assim elas sobrevivem pois se elas não tem nada de bom para dar precisam tirar de alguém.

São pessoas que só comentam em canais de quem se relaciona com indiano, árabe, turco e se você tenta desenvolver um diálogo elas te atacam como uma cobra ataca para se defender. Elas estão sempre na defensiva e só sabem destilar veneno. Nem aquelas senhorinhas que colocam a cadeira na calçada para falar da vida alheia são tão maldosas.

O bom disso tudo é que não é o perfil de quem acompanha blog e gosta de ler, afinal, essas sugadoras de energia não tem paciência para ler. Realmente a leitura transforma o ser humano para melhor, pena que são poucos em comparação ao número de pessoas que não se interessam pela leitura, mas são esses poucos  que fazem valer a pena continuar a escrever!

Continuarei aqui no blog e instagram.

E a plataforma que uso não exige fotos. Ela exige cordialidade e respeito.



sábado, 19 de novembro de 2016

Olá pessoal! Essa semana estive conversando com minha amiga Pâmela que não mora no Brasil, mas convive de perto com a comunidade indiana. Gostamos de trocar experiências e grande parte dos nossos assuntos é a respeito da cultura indiana. Eis que surgiu o tópico da criação dos filhos. 

A maioria das indianas que vivem fora da Índia com seus maridos ou moram com a família do marido e trabalham fora, deixam os filhos com os sogros. Os sogros tem uma participação ativa na criação dos pequenos. Diferente do Brasil, onde a criança na maioria das vezes fica com os avós maternos, na Índia a criança fica com os avós paternos, pois se a esposa passa a viver na casa do marido nada mais justo para eles do que deixar o filho aos cuidados dos pais do marido.

Isso foi um choque para mim e minha amiga pois para as indianas é normal mudar de país e deixar os filhos pequenos na Índia aos cuidados dos avós paternos pois assim os pais podem se estabilizar no novo país e depois chamar a criança para viver com eles. 

Muitos indianos não gostam da ideia de ter uma babá ou deixar as crianças aos cuidados de estranhos.

Acho interessante como a família indiana é participativa, mas como nem tudo são flores pois os avós indianos costumam mimar demais os netos, principalmente os meninos. Os meninos podem fazer tudo, e na Índia as crianças correm livres pela casa, pelo quintal de terra, sem fralda do jeito que vieram ao mundo. 

Eu vi isso de perto quando recebemos no aeroporto uma indiana que foi buscar o filho de 4 anos que vivia num vilarejo da Índia sendo criado pelos avós. A família não era do Punjab então não sei se faz diferença no modo de criação. 

Além do choque cultural que o menino enfrentou assim que chegou ao Brasil, só fazia o que queria e quando não era atendido fazia uma birra enorme de se jogar no chão e chorar. 

Achei uma situação estranha pois naquele momento os pais ainda estavam lidando com a adaptação de ter um filho de 4 anos de um dia para o outro e a criança estranhava os pais. Eles perderam os primeiros passos do filho e tantos outros momentos que passam tão depressa nessa fase da vida. 
A criança não falava nada, concluí que não havia conversa. 
A criança não comia nada sólido, só bebia leite. Fiquei chocada quando vi que ele não passou pelo processo de introdução dos primeiros alimentos sólidos como fazemos com um bebê. Então ele não conseguia engolir nada pois só sabia beber leite e claro, sentia fome a cada 2 horas. Eu perguntei para a mãe sobre isso e ela angustiada me falou: " Agora ele vai ser criado do MEU jeito". Senti que isso a incomodava mas como uma "boa nora " ela não interferia em nada e aceitava tudo. Tentamos dar um pedacinho de pizza e ele cuspiu tudo no chão. A cada minuto um novo detalhe me chocava.

Ele também não estava acostumado na usar fraldas quando vivia com os avós, e nem foi ensinado a ser levado ao local correto para fazer xixi, é claro que o inevitável estaria para acontecer: ele sentiu vontade de fazer xixi então tirou a calça e fez um belo xixi no piso de madeira da minha sala. Meu marido falou que na Índia é normal as crianças fazerem na terra, por isso ele agiu dessa forma. Leia o texto muito interessante a esse respeito no blog Tabibito Soul: Um bebe e muitos choques culturais https://tabibitosoul.com/2016/11/12/um-bebe-e-muitos-choques-culturais/
Não pude fazer nada a não ser limpar. 

É claro que isso depende de uma família para outra, mas adaptação estava sendo muito difícil e compreensível. Foram 2 dias intensos!


Abraços


terça-feira, 15 de novembro de 2016

Bonita sem maquiagem

Olá pessoal, estou driblando o tempo entre casa e trabalho para escrever no blog. Quando fico alguns dias sem escrever aqui sinto uma tremenda falta. 

Adoro maquiagem, sempre gostei e dificilmente saía de casa sem corretivo, rímel, lápis preto e blush mas quando vi que as mulheres indianas não usavam tanta maquiagem no dia-a-dia foi uma decepção para mim.

Não é errado imaginar que as indianas estejam sempre maquiadas, afinal sempre vemos anúncios de roupas, joias, filmes ou qualquer coisa relacionada à Índia, a foto de uma mulher muito bem maquiada com os olhos bem pretos delineados com kajal.





Indianas usam muito o kajal, é parte da cultura, mas a maquiagem que estamos acostumadas a usar no Brasil não faz parte do dia-a-dia de uma indiana a não ser que ela seja jovem moderninha ou goste de fazer vídeos para o Youtube. 

Me baseio pela minha cunhada e pelas irmãs dos amigos de meu esposo. Elas estão sempre com o rosto limpo, sem base, sem corretivo, rímel nem pó. A única vez que vi minha cunhada muito bem maquiada foi na foto de casamento. Percebi que a maioria só faz uma make arrasadora quando tem festa como Diwali, Karva Chauth, festas de casamentos. 

Sempre me senti mais bonita com maquiagem até o dia que saí de casa com a cara limpa e meu marido falou que me achava mais bonita assim, com o olho "pink". Eu não entendi essa expressão "olho pink" e ele me disse que é a linha d'água do olho que nas estrangeiras é assim rosada. Ele disse "nós indianos achamos bonito quando vemos que as estrangeiras tem o olho pink porque todas as indianas tem os olhos pretos de kajal então quando vemos algo diferente, chama mais atenção, nos atrai mais". 
Eu disse a ele que aqui no Brasil as pessoas acham que o "olho pink" é de resfriado, e várias vezes me perguntaram o que havia acontecido (como se eu estivesse chorando ou resfriada) por isso sempre usei kajal. 

Como os conceitos de beleza mudam de uma cultura para outra, Muitas vezes fui cobrada para ser mais bronzeada pois eu era "muito branca" para os padrões brasileiros e tinha "cor de escritório". Muitas vezes torrei no sol mais esticada do que uma lagartixa para não ser chamada de branquela e exibir a cor do verão.
Agora sei como também fui vítima dos padrões de beleza. 

Meu olho "pink" deixou de ser sinal de resfriado e minha "cor de escritório" deixou de ser um problema.  
Justamente aquilo que exigia mudanças para os padrões brasileiros não me preocupa mais nos padrões indianos.

Continuo vaidosa, porém não sou mais refém da maquiagem.

Hoje digo com convicção: estou liberta.


Abraços

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A senhora sorridente

Há muito tempo eu quis experimentar Taco Bell, aqueles famosos nachos mexicanos.

Não fiquei muito tempo na  fila porque o serviço é muito bom, apesar de cheio não precisei esperar muito. Mas em compensação todas as mesas estavam ocupadas. Um casal já estava terminando a refeição e eu cresci o olho na mesa deles, só esperando a oportunidade de voar naquela mesa. Fazia a fina tentando não demonstrar mas já mirava a mesa deles. Na mesma hora uma senhora com a filha também esperava por uma mesa. Do outro lado chegou uma espertinha de olho na mesma mesa, na hora que o casal levantou eu pensei "é agora!" e como quem não quer nada, cheguei pertinho e para a minha sorte o meu pedido saiu primeiro, marido veio com a bandeja driblando as pessoas que estavam na frente, ele olhando para mim, eu com um olho nele e o outro na mesa...ufa!! Sentamos.

Sentei confortavelmente mas minha consciência não ficou tranquila ao ver a mesma senhorinha com sua filha esperando seu lanche e sem mesa. A mesa tinha lugar para 4 pessoas então eu disse a ela que poderia dividir a mesa com a gente pois duas cadeiras estavam vagas e não fazia sentido só eu e meu marido numa mesa para 4 com dois lugares sobrando.

Ela se sentou com a filha e ao perceber o sotaque de meu marido, perguntou:

"_você é mexicano?"

Meu marido respondeu "_sou indiano". Ela se virou para mim: "_ você também?" e meu marido respondeu "é brasileira". A senhora exclamou "nossa, indiano..!" Nessa hora a filha diz "_mãe..."

A senhora olhava para meu marido com certa curiosidade enquanto a filha adolescente se mostrava envergonhada com a atitude da mãe por iniciar uma conversa.

Elas terminaram a refeição, a filha rapidamente se levantou e desapareceu. A mãe ao se despedir perguntou ao meu marido "todos os indianos são assim morenos ou existem indianos mais claros? Minha filha fica com vergonha mas não tem nada demais conversar, veja nossa mesa tem indiano, brasileiro..hoje somos globalizados"
Meu marido respondeu "Sim, todo indiano é moreno" e ela disse tocando o dedo no braço dele "é porque eu vejo no Discovery que indianos são assim morenos e eu acho muito lindo!! Deus abençoe vocês!"

Marido ficou todo feliz com o elogio inesperado e abriu um largo sorriso. Ela se despediu e continuamos nossa refeição.

Depois eu disse a ele "viu só como achamos bonito! ".
Coincidentemente conversamos sobre isso dias atrás, sobre a cor de pele na Índia. Eu falei para ele, vocês indianos querem ficar brancos e não tem ideia do quanto achamos bonita e exótica a cor de vocês.

Essa senhora transmitiu uma energia tão boa que vim dividir esse pequeno e inesquecível momento com vocês.
 
Muitas vezes não fazemos ideia de que podemos mudar o dia de alguém simplesmente com um sorriso ou um elogio, como um néctar para a alma.

Abraços!



segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Flor de Lótus

Aprendi a apreciar essa flor que na Índia tem um significado profundo: força e renascimento; graça e elegância.






Abraços