sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Cortiço virtual

Não sei o que está acontecendo, mas venho notando a presença de algumas pessoas que tem prazer em fofocar e vigiar a vida de quem tem relacionamento com indiano e gosta de escrever sobre relacionamentos interculturais. Não me refiro às pessoas que acompanham o blog, mas a uma nova geração que começou a se interessar pelo assunto e acha que conversar em grupos de facebook com mulheres que a cada semana trocam de namorado virtual seja o caminho para dominar o assunto. Assim essas pessoas colocam em dúvida tudo o que é dito como se somente a verdade delas fosse absoluta.

Eu conheço de longe o perfil dessas pessoas que chegam de mansinho para investigar de graça a vida alheia, como se elas tivessem o "direito" de saber todos os detalhes e terem todas as suas perguntas capciosas respondidas.

São pessoas dissimuladas, que invadem a intimidade do outro, ironizam e são sarcásticas. Ao final de cada pergunta capciosa colocam uma frase ou palavra gentil para dissimular a intenção de ofender. Isso é coisa de pessoa doente, obcecada.  

Por que essas pessoas não abrem o próprio blog ou canal e contam todas as suas intimidades, já que elas entendem tanto do assunto?

O fato da pessoa ter blog ou canal não dá o direito de ter sua privacidade invadida. Não é porque a pessoa se dedica a falar sobre a cultura ou relacionamento com indiano que precisa divulgar detalhes de sua vida íntima. E ninguém tem o direito de exigir isso.

Por exemplo,  não gosto de ter fotos minha e de minha família na internet e o fato de ter blog não me obriga a isso. Já passei da fase de publicar minha vida e fotos familiares em redes sociais, mas cansei disso, simplesmente cansei. O que eu gosto mesmo é de escrever.

Sei que pessoas de boa-fé tem curiosidade, e acho isso normal, converso com o maior prazer. 

Mas aquelas que só querem vigiar, meu recado:  continuarei assim.

Agradeço a todos que me acompanham há tanto tempo! Agradeço a vocês também que acabaram de chegar!

Mas aquelas que só querem confusão, contenham a curiosidade. Vocês não sabem nem mais e nem menos do que deveriam saber. 


Abraços

domingo, 25 de setembro de 2016

Mulheres que escolheram a Índia para viver


São muitas as estrangeiras (além das brasileiras) que decidem viver na Índia com seus maridos indianos. Muitas americanas, australianas, europeias, latinas também fazem essa escolha. Cada pessoa tem uma razão para viver na Índia e parece que elas acertaram na decisão. Coloquei dois vídeos que mostram o estilo de vida das estrangeiras que decidiram viver na Índia. 

Lauren, saiu de UK e vive na Índia com o marido.

Sharell Cook, deixou a Austrália para viver na Índia desde 2005. Ela tinha um blog onde contava sua experiência e casamento, mas hoje mudou o foco da vida pessoal para o trabalho e abriu sua agência de viagens na Índia.



Maya, peruana e vive na Índia com o marido e filhos do casal.


Precisamos acabar com o estereótipo de que aqueles que optaram por viver na Índia estão levando uma vida difícil. Não importa de qual país a esposa seja, se o marido tem uma vida confortável na Índia eles tem todo o direito de viver lá e se a mulher trabalha fora é porque o marido sabe que a esposa ocidental foi educada de uma maneira diferente e isso faz parte da cultura dela. Nós mulheres ocidentais temos outro ritmo de vida, que atire a primeira pedra aquela que sempre trabalhou fora e quando se tornou do lar sentiu uma pontinha de arrependimento por ter deixado o trabalho. Com o tempo se acostuma, mas é difícil ou não é deixar de trabalhar fora? Não julgue aquelas que vivem na Índia e trabalham fora, assim como aquelas se deixaram seus empregos e hoje são do lar. Cada um sabe de si.

Abraços

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O homem que te ama não muda sua religião

Olá pessoal!

Devido os últimos acontecimentos de mulheres que estão deixando o Brasil para viver um "romance" vim deixar um alerta a vocês mulheres que namoram rapazes pela internet (dessa vez não estou falando dos indianos  hindus e sikhs porque eles não compartilham do princípio de converter a religião de uma pessoa).

A maioria das brasileiras (portuguesas acompanham o blog, então o recado serve para vocês também) se relacionam com rapazes de outra cultura, totalmente diferente da brasileira com promessas de casamento. E na maioria das vezes essa promessa de casamento vem acompanhada de uma condição: que a moça mude sua religião porque a família dele pediu ou porque "ele seria o homem mais feliz do mundo". 

 Já ouvi muitas mulheres dizerem "ah mas nunca fui uma pessoa muito religiosa, para mim não teria problema". Amiga, esse pensamento é seu maior erro e vou explicar porquê:

 Durante o relacionamento a pessoa se empolga, fica obcecada por tudo o que é referente àquele novo país, nova cultura, etc. Acredite, eu já vivi essa fase.
Tudo é interessante, os problemas culturais parecem leves. Você ignora tudo e até a religião dele se torna interessante e de fácil compreensão.

Mas não se esqueça de que nos países de cultura oriental a religião muitas vezes tem os costumes acoplados, ou seja, acham que religião é costume e costume é religião. Por isso aquilo que você aprende no Brasil e na internet não é o suficiente para te fazer enfrentar o dia a dia com uma comunidade de outra cultura.

Vou te dar um exemplo: cristão brasileiro é diferente de um cristão mexicano, que é diferente de um árabe cristão etc. 

Mudar de religião no Brasil é fácil, mas fora dele não é fácil assim.  Imagine que você mude sua religião,  suas roupas e depois aparece em redes sociais com bebida alcoólica nas mãos (sim existem vários perfis assim nas redes sociais e não entendo o que se passa na cabeça dessas mulheres). No Brasil é fácil agir assim, mas e se você decide fazer isso em outro país? Você acha que é possível? Em alguns casos, voltar atrás na decisão é considerado traição com severa punição.

Alguns homens estão recebendo dinheiro para convencer você a mudar de religião enquanto você acha que isso é amor.

Uma mulher não precisa mudar de religião para casar ou para provar seu amor a alguém. Vejo mulheres que mudam de religião para "conseguirem mais direitos" ou para terem mais valor. Que bela desculpa! Direitos mesmo você terá aqui no Brasil, porque em outros países a brasileira será sempre estrangeira para assuntos legais, porque é a parte mais frágil sem conhecimento das leis, costumes e trâmites burocráticos.  Então não se iluda.


Outro assunto que quero falar é sobre dote. Algumas brasileiras se iludem com algumas culturas onde os homens dão dote. Aí o homem dá uma pulseirinha de ouro (isso não é dote) e a mulher acha que está no lucro. Aí você não trabalha no país dele e se alguma coisa acontecer com esse homem o que você vai fazer com uma pulseirinha de ouro? Outras romantizam tanto que aceitam que o homem ensine a religião dele como dote, mais uma vez te pergunto, se algo vier a acontecer com esse homem ou ele te deixar, o que você vai fazer?


Em algumas culturas o dote fica com a sogra e a esposa só terá acesso em caso de divórcio por iniciativa do marido. Ou seja, se ela quer se divorciar perde o dote. As cortes desses países estão cheias de processos de esposas que querem reaver o dote porque a família do marido não devolveu quando houve o divórcio (só procurar no Google e Youtube).

Existe também o fato de que alguns países só permitem que a mulher pegue um avião se tiver autorização expressa do marido. É aquilo que chamo de "Gaiola de Ouro". De quê adianta tanta coisa se no final de tudo você não pode mostrar seus brincos, colares e pulseiras  além de ter que pedir autorização do marido para sair do país. É loucura ou não é?

Mudar de religião no Brasil é fácil. Em outros países exige conhecimento da cultura, que muda de um país para outro.

As decisões que você tomar devem ser sem influências do namorado virtual, noivo ou família dele.

O homem que te ama de verdade não pede nem força a você mudar de religião, não faz chantagem emocional nem coloca condições. Não caia nessa ladainha em nome de casamento. Seja inteligente. 

Abraços


terça-feira, 6 de setembro de 2016

É verdade que a mulher indiana não pode dizer nome do marido?

Porque as indianas não podem dizer o nome de seus maridos?
Pergunta: Após a cerimonia de casamento, as mulheres se reúnem na sala e a noiva grita varias vezes o nome do noivo bem alto.
No dia seguinte ao casamento,e os outros restantes de sua vida,nunca mais poderá dizer o nome do marido em público,é considerado uma ofensa.Porque?

A resposta que vi na internet:   

"O casamento na Índia é sagrado, e marido e mulher se tratam da maneira mais cerimoniosa possível em público. Portanto, não é permitido que se toquem na frente dos outros, e a mulher sequer pode falar o nome do marido na frente dele. Geralmente, chama-o de pai. Nas regras hindus, a mulher deve ficar mais reservada e andar sempre atrás do marido. No quarto, o marido dorme no lado direito da cama e a mulher, no esquerdo".

Minha resposta:

 Não concordo com a resposta acima e explicarei o porquê. 

Destaquei em vermelho os pontos que pretendo explanar.

Dizem que a mulher não pode falar o nome do marido mas isso não se confunde com proibição. A mulher não é proibida.  O que falta aqui é procurar entender melhor a forma que os indianos vivem e se relacionam entre si. Eu, por exemplo, não digo o nome do meu marido porque na cultura indiana é falta de respeito chamar as pessoas pelo nome e isso não se aplica somente ao marido. 

E como isso funciona?

Vamos à explicação:

Primeiro: os indianos não chamam a pessoas mais velhas pelo nome. Até mesmo entre os amigos da mesma idade  isso ocorre, os homens se chamam de bhai , bhaji  quando o amigo ou cunhado é mais velho, ou por algum apelido de família dependendo do grau de intimidade e idade.

Exemplos:
Um senhor com turbante ou marido = sardar;
Pai = papa
Mãe = mommy ji
 Tia materna  =  massi
Tio = mama ou cha cha
Irmã, amiga = didi
Esposa do amigo ou do irmão = bhabi que significa cunhada
Amigo = bhai, bhaji
etc etc etc !!!

Então isso não se aplica apenas ao marido, não é uma proibição, é apenas um costume e forma de dar respeito. Da mesma forma que os americanos, por exemplo, gostam de ser chamados pelo sobrenome e nós brasileiros usamos senhor, senhora, dona etc .  

Segundo: dizer que as esposas chamam o marido de "pai" não é no sentido pai e filha, não misturem as coisas. A pessoa pode ter lido ou visto essa informação em algum lugar mas não significa que seja regra. Os filhos chamam o pai de "papa" que significa pai, mas essa é uma forma carinhosa da esposa de se referir ao marido que agora é pai dos filhos dela. Não tem nada a ver com o tratamento entre marido e mulher. É como as mães falam com os filhos aqui no Brasil por exemplo, "avise o "pai" que o almoço está pronto".
Alguns indianos chamam os pais dos amigos de papa ou mommy também.

Terceiro: em público os mais jovens chamam os mais velhos carinhosamente de uncle e aunt que em português significa Tio e Tia. Então é comum você ver um rapaz de 30 anos chamar um senhor de 60 anos de uncle (tio). Se no Brasil nós dizemos Senhor ou Senhora para nos dirigirmos a alguém, na Índia é comum Tio e Tia.
  
No meu caso, ninguém me chama pelo nome. Eles me chamam de bhabi que significa cunhada. Todos os amigos e amigas de meu marido me chamam assim. Porém os mais velhos  podem me chamar pelo nome se assim preferirem.

Vale lembrar que a Índia tem muitos idiomas, então as formas de tratamento mudam de um idioma para outro.

(É só você assistir bastante filme punjabi e de Bollywod que vai entender como isso funciona).

Conclusão: não se trata de uma proibição, mas em grande parte da cultura indiana principalmente no norte da Índia é falta de educação chamar as pessoas pelo nome, porque os indianos tem muitas formalidades para se dirigirem uns aos outros. Caso seja necessário, eles usam a palavra Ji no final, que significa respeito. Por exemplo, Ravi Ji, uncle ji, sardar ji..

Sobre a questão da mulher andar sempre atrás do marido não é algo imposto, na cultura indiana não é costume dos casais andarem de mãos dadas ou abraçados em público.

Outro ponto que gostaria de falar é sobre o lado de dormir na cama. Nem preciso dizer que isso é lenda, afinal quem está lá para confirmar se todo mundo dorme assim? Cada casal tem seu próprio jeito de viver.

Um feliz natal a todos!!

Abraços!

Obs: Republiquei o texto porque a primeira versão desse post teve a formatação alterada (não sei como isso aconteceu) dificultando a leitura e a única solução foi essa.


Photo courtesy of imagesbuddy.com

sábado, 3 de setembro de 2016

Fiz um vídeo para vocês

Olá!! O blog anda num ritmo mais lento do que o normal, afinal, já faz quase 5 anos que ele está ativo e passo por aqui diariamente. Se não venho para postar algo novo, venho para responder os comentários. Muita gente me acompanha desde o começo, muitas amizades se solidificaram através do blog. 

Mas me sentiria muito mal se deixasse de atualizá-lo sem dar alguma explicação a vocês. Continuarei postando, mas não com a mesma frequência. É inevitável a gente escrever um blog e não falar da vida pessoal, coisa que já fiz aqui quando o assunto era adaptação cultural, mas hoje sinto necessidade de ter o meu espaço, minha vida normal. Hoje sinto falta de meditar, de ver um filme sem me preocupar em olhar o celular a todo momento e coisas parecidas.

Portanto, não estranhem minha ausência. 

Fiz esse vídeo com muito carinho, uma retrospectiva com imagens relacionadas aos temas que já abordei no Café com Chai.
Gostei da ideia do vídeo, se der certo farei mais e com fotos do meu arquivo pessoal.

Música: Punjab
compositor: Karunesh 

Grande beijo!!!




Até mais!

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Elas recomendam Café com Chai

Fiquei muito feliz quando vi que o Café com Chai foi recomendado por dois blogs muito influentes e bem relacionados sobre a Índia. Agradeço de coração, pois no mundo virtual é muito difícil encontrar pessoas que estreitem os laços e essa sensação de acolhimento é muito boa.

Confiram a página da Juliana https://www.facebook.com/tabibitosoul  e também da Joice Gabriela https://www.facebook.com/namastemundoporjoicegabriela/ . Vários assuntos sobre cultura indiana, atualidades, dicas de viagens e muito mais.



Abraços!

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Ministro da Índia pede que turistas não usem saias

A declaração de Manesh Sharma está dando o que falar.  Além disso, turistas receberão um "kit de boas vindas"  nos aeroportos sobre o que deve ou não deve fazer ao visitar a Índia.

"Para sua própria segurança, as turistas mulheres não deveriam usar vestidos curtos e saias. A cultura indiana é diferente da ocidental", afirmou.


http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/08/ministro-indiano-cria-polemica-ao-pedir-para-turistas-nao-usarem-saias.html

http://www.bbc.com/news/world-asia-india-37212219

http://edition.cnn.com/2016/08/29/asia/india-skirt-safety-advice-women-trnd/


Eu penso "em Roma, faça como os romanos". Mas será que a roupa faz diferença na hora do assédio?

India




Egito

India

Gaza

Marrocos

Marrocos


Abraços