domingo, 30 de junho de 2013

Ignorância é triste..

Há tempos me pego pensando em coisas que leio por aí sobre brasileiras que se relacionam com asiáticos. 

 Já cheguei a ler várias vezes sobre meninas que se relacionam com paquistaneses e começam a falar mal de indianos. Uma vez uma pessoa que tem relacionamento com paquistanês escreveu na internet "odeio indianos, odeio quando eles balançam a cabeça pra lá e pra cá quando falam, odeio o cheiro da comida temperada, odeio isso, odeio aquilo bla bla bla.."  

 O que eu gostaria de falar pra uma pessoa que pensa assim: Leia mais sobre o país do seu amado, leia mais sobre a partilha entre Índia e Paquistão! O seu amor veio do mesmo lugar que o meu, antes era um país só!  Com certeza o seu amado tem raizes na Índia, e raízes bem próximas pois no mínimo os pais e avós dele viveram os momentos tensos da  partilha.

Meu sogro, por exemplo, nasceu numa cidade que hoje pertence ao Paquistão, mas por não ser muçulmano ele passou para o lado da Índia, casou e teve filhos na Índia. Então se meu sogro tivesse permanecido na cidade que ele nasceu, casado e tido filhos..hoje meu marido seria Paquistanês? Mas antes de ser Paquistão não era Índia??? Então, como pode uma pessoa dizer que não gosta de indianos? Está negando os antepassados do seu marido e dos seus filhos?

Você acha que muitas famílias que hoje vivem no Paquistão nunca viveram na Índia um dia? Eles também não precisaram deixar suas casas à força? Ou você acha que foi tudo pacífico, tudo muito bonito com a "paz" imaginária que os ocidentais tem de Gandhi? Quem quer deixar à força sua casa, seu lar, o lugar onde nasceu, o seu trabalho, suas terras?

Na verdade nem um lado nem o outro saiu ganhando.

É isso que eu tinha vontade de dizer para uma pessoa que se acha um oásis no deserto. Ninguém é melhor do que ninguém, assuma que de uma forma ou de outra seu amor tem raízes na Índia. E vê se pára de frescura..

Casamento que deu o que falar entre a indiana Sania Mirza e o paquistanês Shoabi Malik. O amor tentou falar mais alto mas acho que não aguentou a pressão política por ambos serem pessoas influentes na sociedade. 




sábado, 29 de junho de 2013

Os 5 K's do Sikhismo

Os Cinco K's do Sikhismo são os 5 artigos de fé:

1.Kachhera - calção solto.
2.Kanga - pente de madeira.
3.Kara - Pulseira de aço.
4.Kesh - cabelo não cortado.
5.Kirpan - espada curta.

1.Kachhera
Kachhera é uma roupa solta usada ​​pelos sikhs e é um dos 5 K , ou artigos de fé conhecidos no Sikhismo como Kakar. A kachhera é projetada para facilitar a circulação, mantendo a modéstia, ao se sentar de pernas cruzadas para o culto, participando de seva, ou durante a prática de artes marciais. Historicamente, a kachhera é usada por guerreiros Sikhs permitindo agilidade no campo de batalha ou na montaria.

2. Kanga, o pente de madeira
 O Kanga é um pente de madeira. Ele vem em uma variedade de tamanhos. Alguns têm dentes finos curtos e outros longos e largos. Os Sikhs não cortam o cabelo. Quando não existia shampoo, os Sikhs limpavam o cabelo com água e a aplicação de óleo. A prática tradicional de usar óleo nos cabelos continua até hoje, e ajuda a prevenir emaranhado dos cabelos e nutre o couro cabeludo. O pente grande desembaraça os cabelos facilmente. Um pente com dentes pequenos era útil para limpar e manter o cabelo saudável livre de caspa e parasitas durante os tempos de batalhas, mas até hoje o costume de andar com o pente continua. Os sikhs sempre foram ensinados a cuidar muito bem dos cabelos e da higiene. 
Os Sikhs penteiam os cabelos na parte da manhã antes de amarrar o turbante, e geralmente, no final do dia, antes de dormir.


3. Kara, o bracelete
 Kara é um bracelete de ferro ou aço usado no pulso do braço direito. Tradicionalmente um kara serve como uma proteção para o pulso durante a batalha na luta com espadas. O kara também serve como um lembrete visível da ligação entre o Sikh e o Guru. É o artigo mais usado e visível pelos homens e mulheres.

Esse bracelete nós chamamos de Kara (pronuncia-se kará).O kara foi instituído pelo décimo Guru Gobind Singh no Baisakhi Amrit Sanskar em 1699.

Além disso, o uso do kara por não-Sikhs é incentivado, pois representa a "totalidade de Deus".

O bracelete é uma lembrança constante da missão Sikh nesta terra, dada ao homem e a mulher para realizar obras de justiça e verdade mantendo os ensinamentos dados pelo Guru. O bracelete faz o Sikh lembrar que ele é um servo de Deus, por isso não deve fazer nada que possa trazer vergonha ou desgraça. Quando a pessoa olha para o bracelete, ela é levada a pensar duas vezes antes de fazer qualquer mal com as mãos.

É um símbolo do apego inquebrantável a Deus. É na forma de um círculo que não tem começo nem fim, como a natureza eterna de Deus e também um símbolo da irmandade Sikh.
Normalmente se usa no pulso direito que é da mão dominante, mas é também possível o uso em ambos os pulsos. 

4. Kesh, cabelos sem cortar.
Refere-se ao crescimento do cabelo. Para o Sikh, kesh inclui todos os pelos faciais e corporais que devem ser mantidos intactos. Isto significa que um Sikh nunca deveria cortar, remover ou alterar os cabelos ou pelos do corpo. O cabelo cresce a um determinado comprimento, dependendo do código genético de um indivíduo. Os Sikhs honram este processo físico, como a intenção do Criador, eles acreditam que se os cabelos e pelos do corpo existem, é porque tem alguma razão para isso, então não podemos ir contra a natureza e removê-los.  Muitos Sikhs testemunham que kesh tem um significado espiritual durante a meditação e adoração e usar um turbante curto conhecido como um Keski é usado para proteger cabelos. 


5. Kirpan
 Kirpan é uma pequena espada cerimonial. A kirpan representa o ideal do guerreiro Sikh para defender os fracos da tirania, a injustiça e a conversão forçada. Historicamente, kirpan teria sido uma arma usada em batalha. O significado de kirpan se estende também a uma batalha pessoal, uma luta com o ego e é um lembrete para manter vigília contra o aumento da raiva, apego, cobiça, luxúria e orgulho. 

Sat shri akaal!

Conhecendo a vestimenta Sikh

O traje tradicional dos Sikhs remonta séculos.  O código de conduta Sikh especifica o uso de kachhera (calção largo) e um turbante para todos os homens. Para as mulheres a opção de usar um lenço na cabeça para cobrir os cabelos. A modéstia é para ambos. O nome para a vestimenta tradicional é bana.
Bana é uma palavra que significa vocação, ou chamado, e se refere ao traje tradicional vestido por um homem, ou mulher, cuja vocação é o Sikhismo. Muitos Sikhs vestem uma bana cerimonial quando assistem em rituais no Gurdwara, ou durante festivais. Sikhs muito devotos usam a roupa tradicional todos os dias.

Fazem parte da vestimenta sikh:
Chola
5 K's do sikhismo
Khanda
Kurta Pajama/pyjama
Salwar Kameez
Turbante
Véu

Chola
A palavra chola significa manto.
Chola pode ser usado para indicar que o corpo é o manto da alma.

O chola é uma espécie de túnica do guerreiro Sikh para a batalha. O chola pode ser usado com uma calça de pijama sobre a kachhera. É um manto que permite facilidade de movimentos. Um guerreiro podia manobrar e pular, ou andar montado no lombo de um cavalo. Nos tempos modernos, o chola é muitas vezes usado durante exposições de Gatka, que é a arte marcial Sikh.

Chola é um estilo formal, traje de guerreiro usado durante desfiles, ou no culto sikh, pelo panj Pyara e outros homens e mulheres devotos.
Azul é a cor tradicional do guerreiro Sikh. No entanto escolha pessoal pode influenciar a cor escolhida para adaptar o chola que pode ser também ser preto, laranja ou amarelo, e branco, mas é raramente visto em qualquer outra cor que não sejam essas. 

Pronúncia: Cho - laa
Grafias alternativas: Cholaa




Os Cinco K's do Sikhismo
São os cinco artigos de fé:
1.Kachhera - calção solto.
2.Kanga - pente de madeira.
3.Kara - Pulseira de aço.
4.Kesh - cabelo não cortado.
5.Kirpan - espada curta.

Khanda - Brasão Sikh
O khanda é um emblema que representa o Khalsa, ou o brasão Sikh de armas. Trata-se de uma espada de dois gumes no centro de um aro e duas espadas. Um enfeite khanda podem ser aplicado ou bordado na roupa Sikh  ou usado também como um broche no turbante. 



Kurta Pajama - Roupa do Homem Sikh
Kurta Pajama é o traje do homen Sikh. A Kurta é uma espécie de camisa longa com fendas laterais até a altura do bolso.  O pijama é uma calça larga, muitas vezes combinando com a kurta. Os devotos usam  um estilo simples e cores sólidas para expressar humildade.


Salwar Kameez
Salwar Kameez é o traje para as mulheres. Salwar são calças largas um pouco mais ajustadas no tornozelo. O salwar é usado sob o kameez, que é uma túnica disponível com inúmeros estilos e cores, muitas vezes decoradas com bordados. A cor pode combinar ou contrastar, e é usado com o véu chamado chunni ou dupatta. Aquelas extremamente devotas tendem a usar estampas simples, ou cores sólidas com pouco bordado, como uma expressão de humildade.




Turbante
O turbante Sikh é usado em uma variedade de estilos. É de uso necessário para um homem Sikh, e opcional para uma mulher Sikh que pode escolher entre um véu sozinho ou junto com o turbante.

Estilos turbante:

Domalla - comprimento duplo turbante de 10 ou mais metros 
Pagri -  turbante de 5-6 metros (é o mais comum)
Dastar - Um único turbante de 4-6 metros 
Keski - Um turbante curto de dois ou três metros 
Patka - Lenço amarrado sobre o topete cobrindo toda a cabeça.

 A foto abaixo com esse cotoquinho na cabeça é patka. Muito usado pelas crianças, estudantes e esportistas. Serve para prender e cobrir os cabelos. Geralmente fica por baixo do turbante.
Patka. 




 

Véu feminino
Estilos de véu
Chunni - Um véu leve de até dois metros e meio
Dupatta -  Grande véu com tecido mais grosso de até dois metros e meio.
Ramal - Lenço triangular.








Lindo o colorido das roupas!
Beijos!!

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Momento Desi!

Suco de melancia indiano


Obs: é de brincadeira, viu!! Apesar da Índia ser incredible não vá pensando que é verdade! Essa é só uma brincadeira dos indianos.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Mortos na Índia em decorrência de inundações podem chegar a 8.000

Muito triste os últimos acontecimentos no Norte da Índia.  Como temos família em Uttarakhand (principal acesso para chegar ao Himalaia) a preocupação foi grande mas por Deus todos estão bem porque esse ano ninguém fez a viagem ao templo sikh no Himalaia.

Muitos devem estar pensando "Mas se é uma época de monções e o risco de deslizamento é grande, por que as pessoas insistem em seguir a viagem ao Himalaia ?

Porque é uma época do ano muito importante para os sikhs (eles vão até um local sagrado chamado de Hemkunt Sahib Ji que fica no Himalaia) hindus e também muitos turistas que pretendem visitar o Vale das Flores.  O lugar é um paraíso. Os indianos chamam essa peregrinação de yatra. Esse ano as monções chegaram antes do esperado. Todo sikh tem o desejo de comparecer a esse lugar pelo menos uma vez na vida. Aqueles que podem comparecem todos os anos.
(Preciso encontrar meu pen drive e colocar as fotos que tenho desse lugar. Enquanto não encontro as fotos, vou deixar aqui fotos do google)


Durante oito meses do ano, este "lago de gelo 'é inacessível, e a sua água congela sob a neve. Por isso o Hemkunt Sahib abre todos os anos 1 de junho e fecha dia 5 de outubro e só reabre suas portas no ano seguinte. Quando as chuvas de monções começam, o gelo e a neve derretem, musgos e flores silvestres colorem sua margem. É aí que vem a beleza do Vale das Flores, a parte tão esperada pelos turistas.

Veja como a nascente do rio Ganges tem a água limpinha e azul! Tenho fotos desse lugar e é assim mesmo!



Vale das Flores



Trilha para o Hemkun Sahib ji
Entre junho e outubro, os visitantes Hemkunt e o Vale das Flores viajam das planícies para as colinas de ônibus, de carro, de caminhão, de moto, de bicicleta até mesmo a pé. Para os dois últimos dias da viagem alguns seguem a pé, e alguns seguem com o auxílio de mulas. Alguns visitantes fazem a viagem de forma individual, mas é comum irem em pequenos grupos, com amigos e familiares. A maioria dos visitantes Sikhs, no entanto, vão com membros de grandes grupos conhecidos como jathas. Eles são compostos de famílias, pessoas do mesmo bairro ou da congregação da mesma gurdwara.
Khalsa



A maioria dos visitantes acessam a região de Uttrakhand através da cidade de Haridwar conhecida como a "porta de entrada para Deus", ou através de Rishikesh. Ambas as cidades estão situadas nas margens do Ganges, onde as planícies encontram no sopé. A estrada em direção ao Hemkunt passa por Prayag Panch,as cinco confluências sagradas onde os principais afluentes se unem ao Ganges. Quando se passa pela última delas, a estrada continua ao longo do rio Alaknanda, seguindo a antiga rota para Badrinath. Localizado perto da nascente do rio, Badrinath é o mais importante templo hindu no Himalaia. Devido à sua proximidade com a fronteira com a China, o exército indiano tem gradualmente alargado a estrada deste centro de peregrinação, facilitando as viagens dos peregrinos.

Trinta quilômetros antes Badrinath, e mais de 250 km para além Rishikesh, a estrada passa para uma trilha a pé para Hemkunt e o Vale das Flores. Pra você ter uma ideia, os veículos podem cobrir essa mesma distância em 12 horas. Para aqueles poucos peregrinos que caminham pelas planícies, a viagem para o Hemkunt leva 40 dias. Todos precisam parar para uma ou mais noites ao longo da estrada. Meu marido quando vai, combina com todos os amigos, tem que levar comida, roupas apropriadas para o frio, mas o interessante é que no meio do caminho as gurdwaras oferecem comida e uma cama para passar a noite, e no outro dia seguir viagem. As gurdwaras sikhs supervisionam o funcionamento da peregrinação ao Hemkunt Sahib, oferecem alimentação e hospedagem em Haridwar, Rishikesh, Srinagar, e Joshimath.
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 Depois, aos milhares, Sikhs sobem o caminho íngreme de pedra para o lago(sarovar) e se banham em suas águas geladas mas devem começar o retorno antes do pôr-do-sol.  Eles vão em recordação e oração para o lugar onde seu décimo Guru meditou e sentiu sua unidade com Deus. Também não permanecem muito tempo devido o ar rarefeito e a dificuldade pra respirar, a pressão, etc.

É muito comum retornarem pra casa com a água em garrafas de plástico para mais tarde distribuir aos amigos e familiares.

Para os hindus locais, o lago é conhecido como Lokpal, e o templo é dedicado ao deus Lakshman. Em dias de festa eles viajam para os vales do Himalaia para fazer oferendas e agradecer. Para os visitantes, sikhs e hindus da mesma forma, o lago e seus arredores são sagrados.

É também uma região muito procurada pelos turistas por ter o famoso Vale das Flores.
É uma jornada que dura dias percorrendo trilhas nas montanhas para chegar ao local sagrado do sikhismo, e o risco de deslizamento é muito grande por causa das fortes chuvas.

As pessoas que tem dificuldade para caminhar como idosos, crianças ou aquelas que tem alguma deficiência vão do mesmo jeito...carregadas em cestos de vime:






Este é o lugar de destino. Ao fundo está a gurdwara Shri Hemkunt Sahib Ji

Hemkunt Sahib Ji antes de abrir 

Hemkunt Sahib Ji na época das monções


Lago sagrado que os sikhs se banham, em frente a Gurdwara. A água nesse local é gelada 









 Os deslizamentos são frequentes nessa  região. Apesar de ser um lugar paradisíaco a viagem não é segura por causa das chuvas.


Link da notícia
http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2013/06/24/mortos-na-india-em-decorrencia-de-inundacoes-podem-chegar-a-8-mil.htm